O presidente finalizou a sua fala durante o lançamento do programa "Brasil Sem Fome" tecendo afagos ao estado do Piauí. Lula disse considerar os piauienses como seus filhos e agradeceu pelos quatro mandatos concedidos ao ex-governador Wellington Dias.
“Eu pessoalmente gosto do Piauí, vim aqui pela primeira vez em 80 e o Rafael não era nem nascido. O meu carinho pelo povo desse Estado é como se todos vocês fossem meus filhos. “Graças a Deus, quando eu venho no Piauí e vejo a evolução desse Estado, tenho que agradecer a vocês, agradecer por votar no índio para ser governador 4 vezes, esse índio é muito esperto, ele não pedia audiência, na sexta à tarde ele me ligava e sugeria uma conversinha no fim da tarde e saia de lá com muitos projetos, ele é tão esperto que conseguiu encontrar um mais esperto que ele, vocês não sabem a qualidade do governador que elegerem, vocês vão ter muito orgulho com o que esse governador fará pelo Estado”, disse o presidente.
Lula falou ainda sobre o Bolsa Família e seus impactos positivos na vida do brasileiro. De acordo com ele, a ideia é que não seja um programa permanente, mas uma solução temporária até reduzir a desigualdade social do país.
“O Bolsa Família não é uma solução definitiva, é uma solução até arrumarmos definitivamente a casa. Nós queremos ter uma casinha para morar, uma mesa farta de manhã, de tarde e de noite, e isso a gente pode oferecer, o problema é que a riqueza produzida nesse país não é repartida em igualdade de condições, por isso tenho obsessão em fazer a economia crescer, gerar emprego às pessoas, comprar um carro, uma moto, porque o pobre não pode abrir a geladeira e tomar uma cerveja gelada?”
“Eu quero é que o povo compre comida, compre pizza, tenha uma vida melhor. Esse é o Brasil sem Fome, o Btasil sem fome é isso. Estamos uma batalha que não é fácil, pegamos esse Governo destruído, recebemos o Brasil em primeiro de janeiro nem Orçamento tinha, se não fosse o Marcelo Castro ajudar, não íamos ter dinheiro nem pro Bolsa Familia, pegamos o Brasil com 14 mil obras paradas, a nossa tarefa é reconstruir esse país dar decência às pessoas. Vamos recriar outra vez, as pessoas precisam passar bem, precisam se tratar bem”
O líder da República lembrou a infância pobre, reverberando que nasceu em Pernambuco, mas só foi comer pão pela primeira vez quando foi para São Paulo. “Fui morar numa casa que era quarto e cozinha e moravam 13 pessoas (...) Comer que era bom, era muito dificil, por isso é que a questão da fome e uma coisa que mexe muito comigo, todo mundo sabe o que é o sofrimento de uma mãe que coloca uma criança para dormir com fome ”, disse.
"Se dependesse do povo do Piauí não teríamos saído da presidência nunca", disse o presidente Lula ao lembrar que a votação do Partido dos Trabalhadores foi alta no Estado não somente em 2022. Para consolidar a solenidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o programa Brasil Sem Fome, sendo acompanhado pelos ministros Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).
O chefe do executivo estadual piauiense também fez questão de ressaltar o trânsito livre que encontra com os ministros escolhidos pelo presidente. Fonteles destacou ainda que Lula não olha para o partido ou para quem cada um votou na última eleição, mas que reconhece uma "quedinha" do presidente pelo Piauí.
"Hoje, o senhor está de parabéns, os seus ministros aqui todos, sem nenhuma exceção, estão de portas abertas para os governadores e para os prefeitos. E o senhor, como um republicano, estadista, mesmo aqueles que não votaram em vossa excelência, o senhor é presidente, de todos os brasileiros e brasileiras, o senhor abre as portas para todos. Mas, como disse o Marcelo Castro, a gente sabe que no seu coração tem uma quedinha pelo Piauí, por isso que a gente é melhor tratado e eu não tenho nada a reclamar do seu Governo. Se tiver que reclamar, eu vou lhe avisar. Agora, mas até agora, sempre, sempre, todos os ministros e ministras do seu governo tem nos recebido muito bem".
Rafael Fonteles, governador do Piauí, lembrou de uma visita do presidente Lula ao estado na década de 80, quando era metalúrgico e líder de movimento de trabalhadores. “O povo do Piauí tem uma gratidão, por vossa excelência, porque o senhor já fez muito pelo nosso povo, conhece esse povo, antes mesmo de ser presidente da república, quando veio na época de 80. O senhor visita o nosso estado, não apenas a capital, como vários municípios do interior do estado. E a gente estava com saudades”.
"O senhor escolheu o Piauí, porque o Piauí é exemplo no combate à fome, por causa do governo de vossa excelência, e dos governos de Wellington Dias. O Piauí mostrou ao Brasil e ao mundo como é possível, mesmo um Estado com a pequena arrecadação tirar o povo da fome e da extrema pobreza".
Já o senador Marcelo Castro ressaltou a escolha de Lula para lançar o Brasil Sem Fome no Piauí, entre as 27 unidades da federação. "O presidente Lula está começando o seu governo, e os dois maiores programas que ele vai lançar no seu governo, dentro das 27 unidades da Federação, ele escolheu exatamente lançar aqui."
"Eu fui relator do Orçamento e não tinha dinheiro para nenhum programa. Eu me reuni com a sua equipe de transição, que proporcionou que nós estivéssemos aqui, lançando o Programa de Aceleração do Crescimento e o programa do Brasil Sem Fome. Agora, presidente, de certa forma, o senhor é vítima de uma certa mentalidade. Quando o senhor entrou a primeira vez no governo, havia uma responsabilidade muito grande e como é que a economia se comportaria? Quando o senhor entrou agora de novo no governo, a QUAEST fez uma pesquisa lá no meio da Faria Lima, os famosos empresários, e pasmem, mais de 90% dos empresários da Faria Lima no Brasil não acreditavam na economia do presidente. Agora, é a mesma coisa, na primeira semana de Governo fez outra pesquisa e não acreditavam e agora já baixou para menos de 40 % e no final de ano nós vamos zerar, todo mundo estará acreditando seu governo".
O ministro piauiense Wellington Dias iniciou a sequência de falas no lançamento do programa que faz parte de sua pasta. No discurso, Wellington destacou que o foco prinicpal do programa Brasil Sem Fome é reduzir a fome, a pobreza e a desigualdade.
"Um Brasil que o senhor deixou com a presidente Dilma, tirado do mapa da fome, da insegurança alimentar e nutricional, tínhamos reduzido a pobreza e feito, inclusive, crescer a classe média do Brasil. Em um golpe justificado hoje pelo próprio judiciário, quando tiraram a presidente DIlma, levaram o Brasil ao retrocesso. E a consequência daquele golpe é que a gente alcançou, já em 2021, o Brasil de volta ao ampa da fome com 33 milhões de brasileiros passando fome".
Quando perguntado, presidente, quem é que não faz as 3 refeições por dia, veja que o sudeste com 31,7%, o nordeste com 24%, o norte com 27%, o centro-oeste com 29% e o sul com 25%. A fome também teve uma mudança com relação aquela fase lá atrás do Brasil Sem Fome. Hoje nós assumimos um compromisso, o compromisso estabelecido em três grandes objetivos. O primeiro, nós vamos de novo tirar o Brasil do mapa da fome. Aqui também um compromisso, presidente. A partir do início do seu governo, ano a ano, nós vamos estar acompanhando um conjunto de ações monitoradas para novamente reduzir a pobreza no Brasil.
O evento de apresentação do Programa Brasil Sem Fome conta com a presença de representantes dos 24 ministérios que compõem a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Entre eles, estão os Ministérios da Cultura, Educação, Fazenda, Agri-cultura e Pecuária, Saúde, Cidades e Mulheres.
Embora todos os 24 ministérios enviem representantes para o evento, é válido observar que nem todos os titulares das pastas estarão presentes. O Plano Brasil Sem Fome engloba uma rede de 80 ações e programado Governo Federal, abrangendo mais de 100 metas organizadas em três eixos principais.