O presidente do Conselho de ?tica do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), decidiu nesta ter?a-feira que tr?s senadores v?o relatar de forma conjunta o processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O PMDB ter? direito a indicar um dos relatores, a oposi??o ficar? com a segunda vaga e o bloco de apoio ao governo federal vai escolher o terceiro relator para o caso Renan.
Quintanilha estabeleceu o prazo at? amanh?, ?s 16h, para que os l?deres partid?rios indiquem os tr?s relatores que v?o dividir o processo contra o presidente do Senado. O prazo foi solicitado pela l?der do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que pretende discutir com a bancada governista a indica??o para a relatoria.
"Por entendimento pr?vio, posso designar tr?s relatores que poder?o ser indicados pelas lideran?as", disse o presidente do conselho.
Renan ? acusado de receber dinheiro do lobista Cl?udio Gontijo, da construtora Mendes J?nior, para pagar pens?o e aluguel ? jornalista M?nica Veloso, com quem o presidente do Senado tem uma filha.
O l?der do PSDB no Senado, Arthur Virg?lio (AM), j? adiantou que a oposi??o vai indicar o senador Dem?stenes Torres (DEM-GO) ou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) como o representante da oposi??o na relatoria. O PMDB ainda n?o decidiu quem ser? o integrante do partido a relatar o processo contra Renan, mas o senador Almeida Lima (PMDB-SE) ? cotado para o cargo por ser um dos principais aliados do presidente do Senado.
O bloco de apoio ao governo, por sua vez, estuda indicar o senador Renato Casagrande (PSB-ES) para a relatoria conjunta. O senador chegou a ser convidado inicialmente por Quintanilha para relatar sozinho o processo contra Renan, mas posteriormente o presidente do conselho voltou atr?s.
Quintanilha pediu hoje publicamente desculpas a Casagrande pelo desconvite, apesar de n?o admitir o recuo na proposta feita ao senador.
"Acabei causando um constrangimento ao senador Casagrande. Diante de v?cios no processo, eu solicitei um parecer da consultoria jur?dica do Senado e demorei a ter contato com o senador para formalizar o convite. Continuo a manter por vossa excel?ncia o maior respeito, com a plena capacidade para relatar qualquer processo", disse Quintanilha.
Explica?es
Quintanilha abriu os trabalhos do conselho nesta ter?a-feira com explica?es sobre as den?ncias de que teria recebido propina em troca da libera??o de emendas ao Or?amento Geral da Uni?o em 1998.
O senador considerou "estranho" que informa?es sobre o inqu?rito a que responde no STF (Supremo Tribunal Federal) tenham vindo ? tona depois de ser eleito presidente do Conselho de ?tica.
"Vim refutar as acusa?es sobre mim lan?adas que se baseiam em burburinhos e na m?-f?. Refuto porque s?o improcedentes, falsas. Jamais fui convocado para depor ou me defender no referido processo. Entre ser condenado e ser investigado h? uma enorme diferen?a", afirmou.
Quintanilha disse que nunca participou de "atos il?citos" que possam colocar em xeque sua lisura para presidir o Conselho de ?tica do Senado. "? no m?nimo curioso que o s?bito interesse por esse processo tenha surgido agora, quando sou eleito presidente do conselho", criticou.