A assessoria do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que ele pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para apurar o caso da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF)
A deputada aparece em um vídeo no qual ela e o marido recebem um maço de dinheiro das mãos de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido com mensalão do DEM de Brasília. O assessor da família Roriz, Paulo Fona, disse que conversará com a parlamentar nesta quarta para saber quando ela se pronunciará sobre as denúncias.
Segundo a assessoria de Gurgel, o procurador-geral deve solicitar nos próximos dias a abertura de inquérito contra a deputada, que tem foro privilegiado e só pode ser investigada com autorização do STF.
O vídeo foi divulgado pelo jornal ?O Estado de S. Paulo? no dia 4 de março. Segundo o jornal, as imagens foram registradas por Barbosa em 2006, durante a campanha eleitoral em que a filha de Roriz foi eleita deputada distrital. À época, Barbosa era diretor da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), no governo de Joaquim Roriz, pai de Jaqueline Roriz.
O suposto envolvimento de Jaqueline no mensalão do DEM de Brasília levou o PSOL a anunciar a intenção de pedir que a Câmara abra procedimento para investigar o caso no Conselho de Ética da Casa.
O corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), anunciou que adotará atitude "rigorosa" em relação ao caso, mas disse que a Corregedoria terá de ser provocada formalmente. O PSOL anunciou que pedirá a investigação à Corregedoria. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), classificou de ?fortes? as imagens em que a deputada recebe o maço de dinheiro.
Maia prometeu pedir ao Ministério Público uma cópia da gravação e outras informações sobre o caso. O presidente da Câmara vai solicitar aos partidos a indicação dos integrantes do Conselho de Ética da Casa.
Nota
O PMN divulgou nota nesta quarta-feira (9) afirmando que aguardará o "o desenrolar dos acontecimentos" sobre o caso Jaqueline Roriz (PMN-DF).
O partido disse lamentar que Jaqueline Roriz "tenha tenha se deixado envolver ingênua e desnecessariamente numa prática nefasta, própria de agentes políticos de pequena expressão, com tibieza ética, moral e intelectual, sem horizontes e carreira curta".
Na nota, o PMN critica a cobertura da imprensa sobre o caso. "Lamentamos também que - com elogiáveis exceções - alguns jornalistas venham se especializando em promover antecipadamente e a seu bel-prazer o linchamento moral de algumas pessoas".
O partido afirma ter convidado Jaqueline Roriz para ingressar na legenda por "se tratar de uma pessoa de boa índole e fácil trato, filha zelosa, mãe dedicada, esposa amantíssima, estimada pela população, com estabilidade financeira, interessada no exercício da ação política".