Propina no Dnit financiou até amante, diz inquérito

Ministério Público e PF investigam ao menos 12 das 23 superintendências locais.

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

A faxina da presidente Dilma Rousseff no cérebro do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Brasília deixou intocados, até aqui, os braços do órgão nos Estados, alvos de mais de uma dezena de investigações. Pelo menos 12 das 23 superintendências regionais são objeto de inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal, que levantam suspeitas que vão de benesses à amante de um dirigente do Dnit no Ceará a pagamentos de "mensalão".

O órgão diz tomar as medidas necessárias quanto às suspeitas. Apesar de o PR controlar o ministério desde 2003, os problemas nos Estados também envolvem indicados por outros partidos.

No Ceará, 27 funcionários públicos, parentes e empreiteiras foram denunciados por procuradores da República em maio deste ano por improbidade administrativa, sob a suspeita de praticar fraudes no Dnit local, comandado pelo PR.

Segundo o Ministério Público Federal, as empresas tinham escritório no Dnit. A denúncia diz que elas pagavam "mensalão" a dirigentes do órgão, até 2010 comandado por Joaquim Guedes Neto. No órgão ainda funcionava uma empresa do filho de um dos dirigentes do Dnit, que faturava R$ 200 mil por mês. Segundo o inquérito, baseado em escutas telefônicas, a empreiteira Delta pagou até o conserto de carro para uma pessoa classificada como amante de um supervisor do Dnit em Fortaleza.

No Acre, também sob comando do PT, três assessores do ex-governador e hoje senador petista Jorge Viana (PT) e quatro empreiteiros foram denunciados pela Procuradoria em 2009. A acusação é de desvio de R$ 22,8 milhões do Dnit na BR-364. Ainda na área petista do Dnit, o Ministério Público apura em Santa Catarina o suposto superfaturamento de obra no entorno de Joinville.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES