Uma caminhada realizada na Praia de Copacabana nesta manhã de domingo (7) deu continuidade aos protestos contra a intolerância e discriminação iniciados na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na segunda-feira (25). A passeata foi organizada por Marcelo Freixo, Jean Wyllys, Chico Alencar, pela ONG Justiça Global e pela Comissão de Direitos Humanos da ABI e da OAB.
De acordo com os organizadores, o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, não representa os direitos e as idéias dos brasileiros.
O deputado estadual Marcelo Freixo afirmou que Marcos Feliciano não tem condição de presidir uma comissão tão importante. ?Bandeiras históricas que sempre tiveram no estado laico a garantia da sua existência hoje estão ameaçadas. O Congresso tem que se posicionar em relação a isso. Mas é importante que a sociedade civil faça o seu papel e cobre outra postura dos deputados?.
A manifestação reuniu cerca de 1,5 mil pessoas entre o entre o posto 6 e a Rua Santa Clara, em Copacabana. Segundo informações da assessoria de Marcelo Freixo, também participaram da caminhada a atriz Luana Piovani e o marido Pedro Scooby, o ator Osmar Prado, Humberto Carrão, o padre Ricardo Resende e a ONG Direitos Humanos.
Manifestação na ABI
O auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, ficou pequeno para uma plateia de mais de 600 pessoas na segunda-feira (25). Artistas, intelectuais e políticos dividiram o espaço com lideranças religiosas e indígenas. Todos unidos em defesa dos Direitos Humanos e das diversidades. Um ato contra a intolerância e discriminação.
?Uma coisa é a confissão religiosa outra coisa é a confissão cidadã. o que estamos fazendo hoje é uma manifestação cidadã de respeito à diferença de respeito ao indivíduo, de respeito à pessoa humana?, disse o reverendo Marcos Amaral.
?O direito ao respeito é a primeira coisa para nós. É o mínimo de sintoma de saúde da sociedade brasileira?, disse o cantor Caetano Veloso.
Os discursos duram duas horas e todos fizeram o mesmo pedido: o fim da discriminação das minorias e também do preconceito.
Foi um movimento de repúdio contra a permanência do Deputado Federal Marco Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Ele vem sendo alvo de críticas desde que foi indicado para o cargo. O parlamentar do PSC de São Paulo é acusado de publicar em redes sociais mensagens homofóbicas e racistas.
?É um ato pedagógico pra mostrar que a resistência que hoje acontece à atual presidência da Comissão de Direitos Humanos não é um ato anticristão, não é um ato contra religiões, muito pelo contrário. nós queremos que as religiões participem da Comissão de Direitos Humanos, mas não pode ser anulando bandeiras históricas tão importantes dessa comissão?, disse Marcelo Freixo.
Nesta terça-feira (26), deputados da frente parlamentar em defesa dos Direitos Humanos pretendem entregar um abaixo assinado com nomes de artistas e de participantes do ato para o presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Esta terça deve ser um dia decisivo para o pastor Marco Feliciano. O líder do PSC na Câmara dos Deputados, André Moura, pediu que o colega de legenda reconsidere a posição de não deixar a presidência da comissão.
?A nossa oposição não é a figura dele. Ninguém tem nada contra a figura dele. A gente sabe, a gente viu que ele não tem nenhuma identificação com a pauta dos direitos humanos?, disse o deputado federal Jean Wyllys (PSOL).