Mesmo já tendo declarado apoio formal à candidatura de Aécio Neves (PSDB), o PSB irá fazer campanha pela reeleição de Dilma Rousseff (PT) em ao menos quatro Estados.
O partido fechou com Dilma no Acre, na Bahia, no Amapá e na Paraíba. Nos dois últimos, governadores do PSB disputam o segundo turno com o PT nas chapas.
O PSB nacional aprovou na semana passada o apoio a Aécio, mas deixou espaço para que fossem ressalvadas as realidades dos Estados.
A brecha, que liberou os governadores Camilo Capiberibe (AP) e Ricardo Coutinho (PB), foi seguida por correligionários de outros Estados.
O PSB baiano, liderado pela senadora Lídice da Mata, anunciou apoio a Dilma aproveitando, nas palavras dela, uma brecha objetiva.
O documento [de adesão a Aécio] faz ressalva a especificidades dos Estados e não determina quais são; portanto, não nos sentimos rompendo com o partido, disse Lídice, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo, atrás do eleito Rui Costa (PT) e de Paulo Souto (DEM).
Pesou na decisão a aliança entre o PSDB de Aécio e o DEM do ex-governador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), rival do PSB da BA.
O apoio a Dilma, no entanto, colocou Lídice em campo oposto ao da ex-ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon (PSB), com quem dividiu chapa. Calmon disputou o Senado e também foi derrotada.
A ex-magistrada, ligada à Rede Sustentabilidade, partido que Marina Silva tentou fundar antes de se filiar ao PSB, anunciou apoio a Aécio e se colocou à disposição para subir no palanque tucano. Eliana é uma grande companheira, mas nunca fez política no Estado. É diferente do PSB, minimizou Lídice.
A Rede havia defendido a neutralidade ou o apoio a Aécio entre seus militantes, medida que causou discórdia entre apoiadores da ex-senadora em vários Estados.
Em São Paulo, por exemplo, 7 dos 12 integrantes da executiva estadual da Rede deixaram a direção descontentes com a declaração de voto de Marina em Aécio.
SEM EXCLUSÃO
Escolhido nesta segunda (13) como novo presidente do PSB, Carlos Siqueira disse que a sigla aceita a divergência, mas trabalhará para levar adiante a vontade da esmagadora maioria, que decidiu pelo apoio ao Aécio.
Apesar de não se opor às opções divergentes no Amapá, na Bahia e na Paraíba, ele indicou que gostaria de discutir com os companheiros a decisão do PSB do Acre.
Na terra natal de Marina Silva, o partido integra a coligação do governador petista Tião Viana, que disputa o segundo turno contra Márcio Bittar (PSDB) e anunciou, na semana passada, que fará campanha para Dilma.
Segundo Siqueira, o apoio à petista não é assim tão unânime no Estado, e o fato de o PSB não disputar cargos majoritários na chapa de Viana seria levado em conta.
O Acre foi um dos únicos Estados onde Marina venceu o primeiro turno. Ela teve 42% dos votos, ante 29% de Aécio e 28% de Dilma.
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