PT abrirá seu congresso com ato de desagravo a Dirceu e Genoino

PT abrirá seu congresso com ato de desagravo a Dirceu e Genoino

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A abertura do 3? Congresso do PT, na noite de hoje, contar? com um desagravo ao ex-ministro da Casa Civil Jos? Dirceu e ao deputado Jos? Genoino (SP), que se tornaram r?us em processo criminal aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrup??o ativa e forma??o de quadrilha no esc?ndalo do mensal?o. O ato come?ou a ser preparado ontem, em car?ter sigiloso, durante reuni?o da chapa Construindo um Novo Brasil, grupo do presidente Luiz In?cio Lula da Silva, de Dirceu e Genoino.

"N?o tem mais ?tico e menos ?tico no PT", afirmou Chico Vigilante, presidente do partido no Distrito Federal, ao cobrar manifesta??o de solidariedade de outras correntes. "O PT ? um s?, ? um projeto de todos."

"Estamos todos no mesmo barco e, se esse barco afundar, afundaremos todos", disse Francisco Rocha, um dos coordenadores do encontro.

O deputado Jos? Nobre Guimar?es (CE) foi o primeiro a pedir um gesto de apoio aos petistas que o STF despachou para o banco dos r?us, "principalmente a Dirceu e Genoino, que s?o ex-presidentes do PT". A plat?ia o aplaudiu de p?.

Irm?o de Genoino, Guimar?es teve o nome envolvido em outro esc?ndalo, no dia 8 de julho de 2005, quando seu assessor Jos? Adalberto Vieira da Silva foi preso, em S?o Paulo, transportando US$ 100 mil na cueca e R$ 209 mil numa mala. Um dia depois, no auge da crise do mensal?o, Genoino renunciou ? presid?ncia do PT.

O presidente do PT do Paran?, Andr? Vargas, tamb?m refor?ou ontem o coro dos que apelaram para a solidariedade aos r?us do mensal?o. Dirceu presidiu o PT com m?o-de-ferro de 1995 a 2002. Foi sucedido por Genoino. "N?o posso aceitar den?ncia de corrup??o ativa e muito menos de integrar quadrilha", disse Genoino. "As ?nicas coisas que tenho na vida s?o sonhos, id?ias e causas."

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), tentou desconversar quando questionado sobre o desagravo. "Eu acho que o Congresso do PT deve se dedicar ? sua pauta, que n?o ? essa", resumiu Berzoini. Na pr?tica, dirigentes do PT temem que uma manifesta??o assim crie embara?os, domine o encontro e seja mal interpretada pelo grupo do ministro da Justi?a, Tarso Genro, advers?rio de Dirceu. "Um desagravo pode provocar constrangimentos", afirmou o secret?rio de Rela?es Internacionais do PT, Valter Pomar. "Manifesta?es v?o acontecer, mas esse n?o ? o centro do nosso congresso", emendou o secret?rio de Comunica??o, Gleber Naime. "O que n?s temos de fazer ? unificar o partido para a sucess?o do Lula, em 2010."

Na pr?tica, haver? um acordo t?cito entre a maioria das correntes para evitar o suic?dio pol?tico. A resolu??o que ser? aprovada no encontro vai abordar a crise do mensal?o e admitir "erros" do partido, mas um bom peda?o do esc?ndalo ? debitado na conta das defici?ncias do sistema pol?tico e ? falta de financiamento p?blico das campanhas.

Lula atuou nos bastidores para impedir que o estoque de mazelas petistas domine a pauta do 3? Congresso, de hoje a domingo, e exponha irremediavelmente o governo. At? ontem ? noite, todas as articula?es do ex-Campo Majorit?rio - grupo de Lula e Dirceu que detinha a hegemonia no partido at? 2005 - eram feitas para evitar embate fratricida entre as tend?ncias.

Na tentativa de construir o acordo, a chapa incluiu em sua proposta, antes mesmo do julgamento do STF, trechos nos quais admite que a crise vivida pelo PT tamb?m ? "decorrente de op?es feitas pelo partido". Diz que os erros, "previs?veis", come?aram no primeiro mandato de Lula, em 2003, quando o PT excluiu o PMDB da base aliada e ficou "ref?m" dos pequenos partidos.

Embora n?o mencione a palavra "fisiologismo", o texto afirma que as alian?as do primeiro mandato foram firmadas sem a refer?ncia de um programa m?nimo "e muito marcadas por interesses em cargos, emendas or?ament?rias" - situa??o que se repete agora, mas, segundo o partido, n?o est? ocorrendo.

Com 51% dos 931 delegados do 3? Congresso, o ex-Campo Majorit?rio deve contar com o apoio de outras correntes nessa tese, faz

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