O presidente russo, Vladimir Putin, acolhe cerca de 20 líderes estrangeiros a partir desta terça-feira (22) na Cúpula dos Brics, com o objetivo de exibir a força da Rússia e desafiar as tentativas ocidentais de isolar o Kremlin. A reunião do bloco ocorrerá na cidade de Kazan, às margens do rio Volga, e Moscou já a considera "o evento diplomático mais significativo organizado na Rússia".
Além disso, na quinta-feira (24), Putin se encontrará com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, conforme anunciado pelo assessor do Kremlin, Yuri Ushakov. Esta será a primeira visita de Guterres à Rússia em mais de dois anos, após repetidas críticas do secretário-geral à guerra entre Rússia e Ucrânia.
A reunião acontece em um momento em que a Rússia avança no conflito com Kiev e fortalece suas alianças com os principais rivais dos Estados Unidos, como China, Irã e Coreia do Norte. Espera-se a presença do presidente chinês, Xi Jinping, e do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, ao lado de Putin no evento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou sua viagem à Rússia devido a um acidente doméstico, mas participará por videoconferência, conforme informado pela Presidência. O Kremlin também assegurou alianças com países que mantêm vínculos com o Ocidente. Moscou espera, por exemplo, a participação de Narendra Modi, da Índia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia.
PARCERIAS
Esta ampla reunião dos Brics "visa demonstrar que a Rússia está longe de ser isolada e conta com parceiros e aliados", afirmou o analista político Konstantin Kalachev à AFP em Moscou.
Putin, que enfrenta um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023, acusado pela deportação de crianças ucranianas, conforme alegações de Kiev, teve que se ausentar da cúpula anterior dos Brics, realizada na África do Sul.