Quase um ano depois da crise dos atos secretos e dos funcionários fantasmas, a reforma administrativa ainda não saiu do papel. O Senado continua cheio de terceirizados: são mais de 3 mil, quase o número de concursados. A redução de 30% não aconteceu. “Passada toda aquela agudeza da crise do Senado, esse assunto foi enterrado”, diz o senador José Neri, (PSOL-PA). A redução de 30% não aconteceu. “Ela não pode ser feita em 30 ou 60 dias”, comenta o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Só que já se vão oito meses. “Nós temos uma meta a atingir e ela será atingida”, completa. Os gastos com as empresas terceirizadas também subiram. De quase R$ 32 milhões para perto de R$ 38 milhões: 18,6% a mais este ano, comparado com o primeiro quadrimestre do ano passado. O dinheiro foi parar no caixa de 16 empresas que tinham contratos sob suspeita. Auditores haviam recomendado novas licitações. O Senado justificou que os contratos foram prorrogados porque houve atrasos nas licitações, e que os preços foram reajustados por conta do aumento salarial dos trabalhadores das empresas terceirizadas. A reforma administrativa que não saiu do papel vai ter um novo projeto, ao custo de mais R$ 250 mil. O que se discute, por enquanto, é o aumento salarial de 30%, em média, para os funcionários concursados. Alguns senadores não concordam. “Se dependesse de mim, a gente não votava planos de salários, deixava para mais adiante, e vamos entrar na reforma administrativa”, diz o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Quase um ano após crise, gastos crescem no Senado
Gastos com as empresas terceirizadas subiram 18,6%.
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