A entrada do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pela presidência da Câmara mudou o panorama das negociações para a sucessão do comando da Casa, colocando em dificuldade um dos principais concorrentes, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).
Nascimento, que contava com o apoio informal de Arthur Lira (PP-AL), viu suas chances serem afetadas por uma divisão no Centrão, intensificada pela retirada da candidatura de Marcos Pereira (Republicanos-SP). O governo também teve um papel ativo em enfraquecer Elmar, considerado um adversário político.
Apesar de Lula afirmar que não interferiria nas eleições de fevereiro, o governo adotou uma postura contrária. Hugo Motta, visto como alternativa por Lira e considerado um candidato de "consenso", passou por sabatinas informais com Lula e Bolsonaro.
REDUÇÃO DE DANOS
Para não perder o controle, Lira adotou uma estratégia de contenção de danos e tem indicado Hugo Motta como o nome mais viável. Preocupado em evitar os erros de Rodrigo Maia, Lira busca manter a unidade no Legislativo e fortalecer sua posição futura. Enquanto Elmar resiste a desistir, as negociações seguem intensas, e o movimento de Marcos Pereira deixa Antônio Brito e Gilberto Kassab em uma posição desconfortável.
SEM ESQUECER A OPOSIÇÃO
No encontro com Bolsonaro, Motta foi questionado sobre alinhamento com a base governista e prometeu manter independência e defender os interesses da Câmara. A reunião ocorreu na casa de Ciro Nogueira, com a presença de Flávio Bolsonaro. Uma ala do PP já vê Motta como o nome mais viável, mas Lira ainda negocia com Elmar, que, apesar das críticas sobre sua falta de atenção aos deputados, mantém o apoio de PDT e PSDB.