Ramagem depõe nesta quarta-feira à PF sobre caso da “Abin Paralela”

Deputado será questionado sobre suposta blindagem do filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, em caso das “rachadinhas”

Bolsonaro e o Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) | Valter Campanato/Agência Brasil
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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) prestará depoimento nesta quarta-feira (17) sobre as revelações da Operação Última Milha. A operação investiga alegações de monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Este será o primeiro interrogatório de Ramagem, que dirigiu a Abin durante o governo Bolsonaro, sobre o assunto pelos investigadores. 

GRAVAÇÃO

A Polícia Federal espera que Ramagem esclareça detalhes da operação, cuja quarta fase ocorreu na quinta-feira (11). Entre as provas está uma gravação de reunião entre Ramagem e o ex-presidente, discutindo um plano para anular o inquérito das "rachadinhas" que envolveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

No áudio, Ramagem afirmou que seria necessário instaurar um procedimento administrativo contra os auditores da Receita para anular a investigação, além de remover alguns auditores de seus cargos. 

SEGUNDO INTERROGATÓRIO

Será a segunda vez este ano que Ramagem será interrogado pela PF. No final de fevereiro, o deputado foi ouvido devido a declarações sigilosas contra o ministro do STF, Flávio Dino, feitas quando Dino era ministro da Justiça no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

CHAMOU OPERAÇÃO DE 'ALVOROÇO'

Na sexta-feira (12), Ramagem usou as redes sociais para chamar a nova fase da Operação Última Milha de "alvoroço" da PF. Pré-candidato do PL à prefeitura do Rio, ele disse que as suspeitas da PF são "ilações e rasas conjecturas" e que, no Brasil, uma pré-campanha da oposição nunca é fácil. Ele reafirmou seu objetivo de melhorar a cidade do Rio de Janeiro.  

Alexandre Ramagem - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

ALVO DE MANDADO EM JANEIRO

Em janeiro, Ramagem foi alvo de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada, um desdobramento da Operação Última Milha. Ele dirigiu a Abin de julho de 2019 a abril de 2022, período em que dois servidores, presos em outubro, teriam usado a estrutura estatal para espionagem. 

A PF investiga se a "Abin paralela" usou o software FirstMile para monitorar quatro ministros do STF, quatro deputados, quatro senadores, um ex-governador, dois servidores do Ibama, três auditores da Receita e quatro jornalistas. O software pode localizar dispositivos usando redes 2G, 3G e 4G.

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