Receita vai investigar 2º pacote de joias que entrou ilegalmente no Brasil

Esse pacote não foi interceptado pelos auditores fiscais no aeroporto de Guarulhos

2º pacote de joias que entrou ilegalmente no Brasil | Divulgação
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MARCELO ROCHA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Receita Federal vai apurar as circunstâncias sobre a entrada ilegal no Brasil de um segundo conjunto de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita por intermédio da missão chefiada pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque àquele país em outubro de 2021.

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Esse pacote não foi interceptado pelos auditores fiscais no aeroporto de Guarulhos e, como mostrou recibo oficial ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso, foi entregue à Presidência em novembro passado para compor o arquivo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota divulgada nesta segunda-feira (6), a Receita afirmou que "tomará as providências cabíveis no âmbito de suas competências para esclarecimento e cumprimento da legislação aduaneira, sem prejuízo de análise e esclarecimento a respeito da destinação do bem".

Joias chegaram a o Brasil por intermédio da missão chefiada pelo ex-ministro Bento Albuquerque Foto:  Ed Alves/CB 

Um dos pacotes, um conjunto de joias e relógio avaliado em R$ 16,5 milhões que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi retido pela Receita no aeroporto de Guarulhos assim que Albuquerque e equipe desembarcaram no Brasil. Estava na bagagem de um dos auxiliares do ex-ministro. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Um outro estojo, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard e supostamente destinados a Bolsonaro, estava em poder de um outro integrante da comitiva e não foi interceptado pela fiscalização.

"De acordo com o fato pode configurar violação da legislação aduaneira também pelo outro viajante, por falta de declaração e recolhimento dos tributos", afirmou a Receita.

O órgão afirmou no comunicado que o procedimento de seleção de passageiros leva em consideração critérios de gerenciamento de risco, baseados em um conjunto de informações relativas ao voo, ao passageiro e às características da viagem.

Albuquerque afirmou ter informado aos auditores fiscais ainda no aeroporto de Guarulhos sobre a mala contendo o segundo pacote de joias.

Procurado pela reportagem, o ex-assessor especial do MME Antônio Carlos Mello disse que o ministério informou e pediu orientações à Receita e à Presidência tão logo os supostos presentes foram recebidos na pasta.

Mello foi, segundo recibo oficial, o responsável pela entrega do estojo de joias à Presidência no último dia 29 de novembro, a praticamente um mês do término do mandato de Bolsonaro. O pacote foi ficou mais de um ano sob a guarda do ministério, segundo o ex-assessor.

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