Atualizada às 15h:30
Na tarde desta sexta-feira, o governador do Piauí, Wellington Dias, fez um balanço do encontro e destacou a importância da assinatura de um pacto entre os estados e o Governo Federal para uma maior fiscalização das fronteiras brasileiras, com o intuíto de combater a entrada de armas e drogas ao país.
"Foi um encontro que não foi só discurso, ele resultou em uma pactuação, uma carta que representa um acordo entre o Governo Federal e os estados do Brasil, concordando, primeiro, que é grave o problema e, segundo, que precisamos cuidar das fronteiras. O compromisso do Governo Federal, que está na carta, é de viabilizar a presença de mais recursos humanos, integrado com os estados para esta área das fronteiras do Brasil", afirmou.
O governador destacou que terá uma reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na semana que vem onde buscará a liberação de recursos para projetos na área da Segurança Pública no Piauí.
"Da reunião que tive com o presidente Temer ficou acertado que teremos um presídio federal no estado e estamos pedindo recursos para equipamentos, tecnologia, qualificação. Agora, essa é uma medida emergencial, nós vamos, inclusive, tratar dia 7 de novembro com o Congresso Nacional sobre vários pontos da pauta dos governador, inclusive, da criação do fundo nacional não contigenciavel pedindo já o aumento da meta do superavit primário", disse.
Wellington Dias ainda afirmou que o pacto assinado entre os estados é um importante passo no combate ao crime organizado no Brasil.
"Eu destaco ainda como uma vitória importante aqui o fato de ter um concordância de um plano nacional para, com o uso de todos os recursos que temos, agir em direção à criminalidade, que cresceu. A partir deste momento aqui em Rio Branco, nós vamos dar passos largos", destacou.
Matéria original
Nesta sexta (27), a cidade de Rio Branco, capital do estado do Acre, sedia o Encontro de Governadores do Brasil. O governador Wellington Dias representa o Piauí no evento que conta com governadores e autoridades de todo o país. O presidente Michel Temer cancelou a ida ao evento em razão de problemas de saúde.
O tema principal do encontro é a “Segurança e Controle das Fronteiras: Narcotráfico, uma emergência nacional”. Há uma urgência em discutir o assunto devido ao aumento da criminalidade em todo o Brasil e a fragilidade das fronteiras brasileiras. O Acre, por exemplo, faz divisa com Bolívia e Peru, que servem como rota de tráfico de armas e drogas.
A jornalista Cinthia Lages, da TV Meio Norte, se encontra no evento e conversou com governadores que explanaram suas opiniões sobre a importância do debate.
“Acredito que vamos sair do Acre com um plano para o Brasil e isso será bom para o Piauí. O principal foco é trabalhar nas fronteiras para evitar a entrada de armas, munição e drogas no país. Somente com uma ação integrada com o Brasil inteiro isso será possível. O encontro será um marco importante para a política de combate à violência”, destacou o governador Wellington Dias.
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou em entrevista a Rede Meio Norte, que essa discussão é extremamente pertinente pelo momento que os estados estão vivendo. “Está ocorrendo uma explosão de violência do país e muito dessa explosão está ligada a questão do tráfico de drogas. Não adianta a gente querer combater o tráfico nos grandes centros, nós precisamos blindar as fronteiras brasileiras para não deixar entrar as drogas e as armas. Nós temos hoje uma ausência quase que total das forças federais de segurança nas fronteiras dos países, então precisamos forçar essa blindagem. Quando isso ocorrer com ostensividade maior a gente vai avançar muito, diminuindo os problemas vivenciados principalmente nas grandes cidades brasileiras. Hoje se você olhar a legislação empurra-se muito a responsabilidade da segurança para os Estados, mas a constituição diz que é um dever do Estado e quando se fala Estado é o estado brasileiro, precisamos ter uma união para ter uma segurança melhor para a população”, afirmou.
O governador do Tocantins, Marcelo de Carvalho Miranda, também conversou com Cinthia Lages e afirmou em entrevista que a presença do Governo Federal no evento marca uma data importante não só para segurança pública, mas para discussões mais amplas em outros setores. “Nós estamos vivendo um momento diferenciado, nós somos vizinhos do Piauí, a questão do narcotráfico é importante. Passa pelo Tocantins 90% do tráfico de drogas de todo o Brasil pela BR-153. Então nós também estamos na entrada da Amazônia legal, temos que participar ativamente desse debate, porque hoje está em jogo vidas. Esse momento é para dizer que o Brasil está pronto para esse embate, o narcotráfico está tomando conta e os 27 federados estão unidos”, declarou.
Jackson Barreto, governador de Sergipe, destacou no encontro que toda semana é realizado apreensões de toneladas de cocaína, crack e maconha na região. Por isso, o Governo Federal precisa assumir sua responsabilidade com as fronteiras do Brasil. “As fronteiras precisam ser fechadas. Nós precisamos criar um fundo de segurança para ajudar os Estados a fazer segurança senão esse país vai virar uma Colômbia da década de 90”, disse.
“Roraima vive seu momento hoje muito difícil, complicado e perigoso porque estamos recebendo um fluxo muito grande da Venezuela devido a crise econômica, crise política. Então estamos recebendo pessoas de várias classes sociais, como por exemplo uma grande quantidade de indígenas. Estamos fazendo lado humanitário acolhendo algumas famílias que estão com crianças nas ruas, mas a questão da fronteira não podemos conceber a retirada da Polícia Rodoviária Federal de uma fronteira. Nós estamos retrocedendo em relação a saúde, as endemias estão aumentando, a segurança tem que ser tratada e efetivada. A segurança nacional é uma atribuição do Governo Federal, o Estado sozinho não pode administrar uma fronteira”, afirmou a governadora de Roraima, Sueli Campos, em entrevista à Rede Meio Norte.