“ O Brasil precisa pagar sua dívida com o povo negro,” comentou a senadora Regina Sousa (PT-PI), ao participar de uma roda de conversa na comunidade quilombola Custaneira Tronco, em Paquetá, no sudeste do Estado.Na localidade vivem 47 famílias e as principais reivindicações são moradia, regularização das terras e um centro cultural para manter as tradições que eles preservam há mais de 100 anos.
A roda de conversa teve a participação do Pró-Reitor da Universidade Estadual do Piauí, Paulo Henrique Pinheiro, da coordenadora de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria Estadual de Assistência Social, Assunção Aguiar, de representantes do Incra e do Pronera( Projetos de Educação e Capacitação de Jovens e Adultos nas Áreas de Reforma Agrária). A senadora Regina Sousa ressaltou a importância de conhecer a comunidade que existe há 200 anos e saber as necessidades e ver a realidade das 47 famílias que sobrevivem da agricultura.
A parlamentar elogiou a comunidade por manter as tradições culturais, como o mais tradicional grupo de reisado do Piauí, a dança de são Gonçalo, samba de Cumbica e a lezeira. E ficou encantada com a apresentação do grupo de reisado que mistura dança e humor. “ Fomos brindados pelo reisado mais bonito que já vi. Há um enredo coerente e bem humorado. Eles contam a história através da dança.”
O presidente da Associação da Comunidade Quilombola Tronco,Arnaldo de Lima, disse que para continuar preservando as tradições culturais, é preciso a criação de um Centro de Cultura e a restauração do ponto de cultura. Arnaldo de Lima acrescentou que muitos ainda moram em casas de taipa, onde há a incidência do barbeiro, que causa a doença de chagas, por isso a necessidade de construção de moradias. Outra reivindicação é a posse das terras em que vivem há centenas de anos.
A senadora Regina Sousa destacou que o país precisa pagar a dívida que tem com o povo negro. E informou que no Senado já participou de audiência pública que discutiu a situação da população negra, como o aumento do número de assassinatos de jovens negros no Rio de Janeiro e na Bahia. “É preciso combater isso. Tem muita luta pela frente,” ressaltou.
No Piauí existem 176 comunidades quilombolas, sendo 86 cadastradas pela Fundação Palmares. Nos municípios de Santa Cruz e Paquetá são oito comunidades, mas somente duas são registradas. A professora Ana Joana de Sousa pediu ajuda para levar energia elétrica e melhorias no serviço de saúde.
Na roda de conversa a senadora falou ainda sobre a volta do Programa Minha Casa Minha Vida em março e do Luz para Todos que foi assinado convênio com o governo do Estado para atender 150 mil residências.
Arnaldo de Lima informou que foi a primeira vez que uma senadora da República e um representante da Universidade Estadual do Piauí visitam a comunidade quilombola.
Visitas
Além da comunidade quilombola, a senadora participou da inauguração do Complexo Eólico Chapada do Piauí, em Marcolândia, que vai gerar 436MW de energia, o suficiente para abastecer um milhão de residências. A parlamentar fez palestra sobre reforma eleitoral e atual conjuntura em Pio IX, Fronteiras, Vila Nova do Piauí, Itainópolis, Vera Mendes.
Em Pio IX Regina Sousa esteve na solenidade de inauguração de uma adutora na comunidade Serra da Aparecida que vai beneficiar 113 famílias e de assinatura de convênio entre o município e a Fundação Nacional de Saúde para construção de 364 cisternas. Finalizou a viagem com uma plenária em Picos com representantes de diretórios do PT dos municípios da microrregião.