O ex-comandante da Aeronáutica durante o governo Bolsonaro, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Almeida Baptista Júnior, prestou depoimento à Polícia Federal no dia 17 de fevereiro, onde relatou em conversa com Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), em dezembro de 2022, que não iria participar de um golpe de estado e, ao ouvir, essa afirmação, Baptista Júnior disse que Augusto Heleno ficou atônito.
COMO ACONTECEU: Segundo o depoimento, durante uma cerimônia de formatura no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Heleno pediu para retornar a Brasília no avião da FAB devido a uma reunião urgente convocada por Bolsonaro para o dia seguinte. No entanto, Baptista Júnior questionou Heleno sobre o fato de ser a formatura do neto deste último naquele dia, mas a reunião foi mantida.
Após o evento, em uma conversa privada, Baptista Júnior deixou claro a Heleno a posição da Força Aérea Brasileira de não apoiar qualquer movimento de ruptura democrática. Ele solicitou que Heleno transmitisse essa posição a Bolsonaro, ao que Heleno teria ficado surpreso e evitado discutir o assunto.
REVELAÇÕES DE BAPTISTA JÚNIOR: Além disso, Baptista Júnior revelou à PF que o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, chegou a afirmar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse efetuar um golpe. Baptista Júnior alega que, se Freire Gomes tivesse concordado, um golpe teria sido efetuado para impedir a posse de Lula.
Os ex-comandantes da FAB e do Exército negam qualquer participação em tal plano. Segundo eles, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, teriam apoiado o plano de golpe.