Escolhido novo relator do processo que investiga Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) afirmou nesta quarta-feira (9) que irá recomendar a continuidade das investigações para averiguar a suposta quebra de decoro parlamentar.
O pedetista foi indicado para substituir o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) na relatoria do caso. Marcos Rogério afirmou que, para ele, a tarefa para qual foi designado não é apenas “um pepino, e sim "a salada inteira”.
O parlamentar do PDT ressaltou que, na relatoria do caso, agirá com "cautela" para evitar “esperneio” de aliados do peemedebista.Desde a instauração do processo por quebra de decoro parlamentar, deputados próximos de Cunha tentam inviabilizar as sessões do Conselho de Ética com uma série de manobras.
Nesta quarta-feira, na sexta tentativa do colegiado de analisar o parecer preliminar que recomendava a continuidade do processo de Cunha, o vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA) – investigado pela Operação Lava Jato – determinou a substituição do então relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP).“Não é um pepino, é a salada inteira. Bom, primeiro eu estou administrando a notícia. Eu acabei de tomar conhecimento.
Ele conversou comigo à tarde e disse que faria o anúncio. Em princípio farei análise, para preparar texto sucinto”, disse Marcos Rogério.“O tema foi amplamente discutindo no Conselho. Eu até tenho minha posição com relação a esse aspecto. Eu estou querendo evitar dar armas para esperneio. Esse processo exige muita cautela em afirmações”, completou o novo relator.O deputado de Rondônia afirmou ainda que pretende apresentar o parecer na próxima terça-feira (15).
Perguntado se teme sofrer ameaças, como as relatadas por Fausto Pinato, Marcos Rogério respondeu: “Eu espero que não tenha dissabor e descontentamento. Não tenho nada pessoal contra nenhum parlamentar. Acho que não cabe julgar a pessoa do Eduardo, vamos julgar os fatos. não vejo porque ter ameaça. Até porque isso não muda [o posicionamento]”.Ele não quis adiantar se defenderá ou não a continuidade das investigações. No entanto, em uma das sessões do Conselho de Ética destinadas a analisar parecer de Pinato, Marcos Rogério defendeu que a admissibilidade do processo em um discurso de mais de 10 minutos.
O deputado do PDT também foi relator de um projeto de decreto legislativo que acaba com a necessidade de parecer preliminar nos processos de cassação de mandato parlamentar que tramitam no Conselho de Ética. O objetivo do texto, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e que ainda precisa passar pelo plenário, é eliminar uma das etapas do procedimento e dar celeridade aos processos políticos contra deputados.Na época, Marcos Rogério afirmou que a ideia era acelerar o andamento do processo. “Não há efeito suspensivo do processo principal. Deve ser cumprido o prazo de 10 dias para defesa. Estou garantindo a ampla defesa, mas sem criar mecanismos de protelação”, afirmou, na ocasião.