O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a manh? desta quinta-feira em sua resid?ncia oficial, localizada no Lago Sul de Bras?lia, reunido com assessores. Ele recebeu a visita de dois aliados: o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e o governador de Alagoas, Teot?nio Vilella (PSDB). A Folha Online apurou que Renan estaria analisando uma proposta para se licenciar da presid?ncia do Senado.
Pela proposta em estudo, Renan se afastaria do comando do Senado, pelo menos, at? a conclus?o da vota??o da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobran?a da CPMF (Contribui??o Provis?ria sobre Movimenta??o Financeira) at? 2011. Em troca, Renan receberia a ajuda da base governista para ser absolvido nos tr?s processos que tramitam contra ele no Conselho de ?tica do Senado.
A Folha Online apurou que Renan estuda cancelar viagem que faria com os familiares neste feriado prolongado para analisar a proposta feita por interlocutores do Planalto interessados em facilitar a aprova??o da PEC da CPMF no Senado. Ele deve dar uma resposta nos pr?ximos dias.
Para os aliados de Renan, que ainda defendem sua perman?ncia no comando do Senado, a proposta tem de ser analisada com cautela. Eles entendem que a ?nica forma de Renan n?o ficar isolado ? se mantendo na presid?ncia da Casa.
Um outro grupo de aliados, entretanto, avalia que o melhor para Renan ? se licenciar do cargo para preservar o mandato. Esse grupo analisa que a insist?ncia do peemedebista em ficar no cargo pode se virar contra Renan que pode ser v?tima de um julgamento mais "duro" no plen?rio do Senado se o Conselho de ?tica recomendar sua cassa??o.
Sinais
Pela primeira vez, o senador teria sinalizado a interlocutores que poderia deixar a presid?ncia do Senado at? a conclus?o da vota??o da CPMF que, segundo c?lculos do governo, deve ocorrer at? 20 de dezembro.
Nesses cinco meses de crise, Renan sempre negou a possibilidade de se afastar do comando da Casa. Por diversas vezes ele disse ficaria na presid?ncia e que provaria sua inoc?ncia.
A licen?a do cargo de presidente, prevista pelo regimento interno do Senado, ? permitida pelo prazo m?ximo de 120 dias. Nessa situa??o, Renan seria substitu?do pelo vice-presidente da Casa, Ti?o Viana (PT-AC), enquanto durar seu afastamento. Com a licen?a, Renan se afastaria somente da presid?ncia do Senado, mas manteria o seu mandato.
Conversas
A Folha Online apurou que Teot?nio Vilella est? em Bras?lia para intermediar as negocia?es que envolvem o presidente do Senado e interlocutores do Planalto.
A presen?a de Renan na presid?ncia do Senado ? considerada pelos governistas como ?ltimo "obst?culo" para a aprova??o da CPMF. A outra dificuldade teria sido derrubada na manh? de hoje com o retorno dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ? CCJ (Comiss?o de Constitui??o e Justi?a) do Senado.
Parlamentares da base aliada, que ficaram inconformados com o afastamento dos dois senadores, amea?aram aderir ? posi??o do DEM e do PSDB contr?ria ? CPMF. O Pal?cio do Planalto teme novas "rebeli?es" na bancada do PMDB, considerada como essencial para a aprova??o da mat?ria.
Senadores da base aliada do governo, ouvidos pela Folha Online, j? admitem que a PEC pode n?o ser aprovada neste ano se Renan permanecer no comando da Casa. O governo j? estaria estudando alternativas vi?veis para cobrir o rombo nas contas p?blicas nos primeiros meses de 2008 caso a CPMF n?o venha a ser aprovada at? dia 31 de dezembro quando termina a vig?ncia da contribui??o.