Na v?spera da vota??o do relat?rio que pede a cassa??o de seu mandato no Conselho de ?tica do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) discursou hoje por mais de meia hora no plen?rio da Casa para rebater todas as den?ncias de que ? acusado. O presidente do Senado disse que, depois de cem dias como alvo de acusa?es, ningu?m conseguiu comprovar nenhuma das "mentiras" de que ? v?tima.
"Eu s? listei dez das mentiras que foram, uma a uma, demolidas com documentos. Repito: todas foram demolidas com documentos que eu apresentei. At? hoje, n?o apresentaram um s? documento contra mim. O que restou de tantas acusa?es? Absolutamente, nada. As acusa?es viraram p?", enfatizou.
Voto secreto
Renan tamb?m defendeu a vota??o secreta no conselho, apesar de afirmar que n?o vai interferir na decis?o dos senadores, que na semana passada aprovaram o voto aberto no relat?rio contra o peemedebista.
"Como presidente da institui??o n?o posso deixar de registrar que o Direito Constitucional est? sendo esmagado em nome da continuidade do linchamento. [Com o voto aberto], abre-se uma chaga incicatriz?vel na parte mais sens?vel do ordenamento jur?dico. Por essa ferida, por essa les?o profunda, eu n?o quero ser c?mplice nem coadjuvante."
O presidente do Senado disse que n?o vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o voto seja aberto no conselho. "Seria uma indelicadeza do presidente do Senado recorrer ao Supremo. Comigo, eu quero que a verdade ocorra de outra forma", afirmou.
Renan disse que a vota??o aberta no Conselho de ?tica vai se tornar um "grave precedente, um erro jur?dico e um a?odado atropelo perpetrado pela conveni?ncia pol?tica de alguns poucos". Mas ressaltou que, apesar de discordar da decis?o do conselho, n?o vai usar das prerrogativas do cargo para revert?-la. "N?o preciso lan?ar m?o de expedientes conden?veis nem submeter ao prest?gio do cargo para confirmar a minha inoc?ncia", enfatizou.
O senador tamb?m desautorizou assessores ou aliados a veicularem listas com a esperada contabilidade de votos no Conselho de ?tica. "Eu gostaria de desautorizar publicamente qualquer veicula??o de listas, de nomes, que tenham esta ou aquela tend?ncia de voto. Isso ? uma tentativa criminosa de desvendar o voto, que ? secreto. N?o est?o falando em meu nome e nenhum assessor tem conhecimento deste assunto", disse.
Nova den?ncia
Sobre a mais recente den?ncia de envolvimento em um esquema de desvio e lavagem de dinheiro, Renan disse que ela ? falsa. "De t?o d?bil, eu optaria por desprez?-la. Mas por respeito ao Senado, n?o posso deixar de dar uma satisfa??o. Trata-se de mais uma mentira, uma briga familiar que ganhou generosas p?ginas porque citaram meu nome lembrando mat?rias antigas", afirmou.
Segundo Renan, o fato ? "inteiramente falso" e n?o teve o seu valor acolhido pela Justi?a. "N?o vou mais compactuar para que essa esquizofrenia se transforme em dem?ncia", afirmou. Renan foi acusado pelo advogado Bruno Miranda Lins, ex-marido de uma de suas funcion?rias, de integrar o esquema de desvio de dinheiro.
O advogado argumenta que seu ex-sogro, o lobista Luiz Garcia Coelho, seria o operador do esquema para distribuir os recursos a pol?ticos do PMDB entre eles, o pr?prio Renan. A funcion?ria de Renan, Flavia Garcia, nega as acusa?es do ex-marido e afirma que Lins tem o ?nico objetivo de conquistar vantagens financeiras no processo de separa??o litigiosa.