O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afastado em abril de 2021, alega que sua destituição do cargo foi uma retaliação pela prisão dos responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Em uma entrevista à TV 247, Witzel destacou que sua postura de enfrentamento às organizações criminosas e sua independência em relação à Polícia Civil geraram tensões políticas no estado.
Witzel argumentou que o processo de impeachment foi motivado pela expectativa de que sua gestão revelaria os mandantes do crime contra Marielle. Ele afirmou ter sido pressionado politicamente, especialmente pelo senador Flávio Bolsonaro, e mencionou que deputados estaduais foram coagidos a votar a favor de seu afastamento.
O ex-governador enfatizou a ligação entre políticos e o crime organizado, destacando que as milícias financiam campanhas eleitorais e influenciam decisões políticas. Ele sugeriu que Marielle era uma ameaça para certos interesses financeiros obscuros que permeiam a política.
Além disso, Witzel questionou a versão do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, que inicialmente afirmou ter autorizado a entrada de um dos envolvidos no crime na residência de Jair Bolsonaro. Ele considera a história mal explicada e sugere que há mais a ser investigado.
Sobre a prisão dos supostos mandantes do crime, Witzel defendeu a necessidade de uma investigação aprofundada, sugerindo que isso poderia levar a outros políticos envolvidos. Ele destacou a importância de validar as informações fornecidas pelo delator Ronnie Lessa e afirmou que a investigação está apenas começando.