Romário ocupará o gabinete que pertenceu ao ex-presidente Lula

Romário ficará no escritório que foi do ex-presidente Lula

Eleito deputado federal, Romário | AFP
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Um dos heróis do tetra mundial no ?campo? pelo qual passou o presidente mais popular do País. Um ator de novelas no lugar de um advogado cassado pela ditadura, que depois ajudou a fundar uma das maiores legendas brasileiras. Um produtor de arroz no terreno de um cacique petista, mais de um ano depois de ser preso por protestar contra o principal expoente do partido.

Pelo sorteio dos gabinetes dos futuros deputados, que tomam posse em 1º de fevereiro, duas celebridades e um desafeto político ocuparão escritórios políticos onde despacharam alguns dos principais nomes da República durante a elaboração da Constituição de 1988.

É o caso do ex-jogador tetracampeão Romário de Souza Faria (PSB-RJ). Estreando na política, Romário se instalará no gabinete número 825, que foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, um barbudo Lula, recém-saído da campanha das Diretas Já, havia sido eleito por São Paulo com uma das maiores votações no Estado.

Depois de Lula, o escritório transitou por outras mãos petistas ? como Aloizio Mercadante (PT-SP) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), além do atual inquilino, Nazareno Fonteles (PT-PI). Assim como os demais gabinetes do Anexo IV, é um dos mais cobiçados, devido ao tamanho e estrutura, como elevadores e banheiro privativo.

Três andares abaixo, Romário terá como vizinho o ator Stepan Nercessian (PPS-RJ). Pelo sorteio, ele ocupará o gabinete número 517, também no Anexo IV. Hoje com Geraldo Pudim (PR-RJ), o escritório já foi de Paulo Alberto Monteiro de Barros, mais conhecido como Artur da Távola (PSDB-RJ).

Em comum, Stepan e Távola tiveram a vida modificada durante a ditadura militar. Integrante do movimento estudantil, em Goiás, o astro do filme Marcelo Zona Sul (1970) e da novela Vale Tudo (1988-1989) afirma ter sido impedido de cursar o colegial em escolas públicas.

Na mesma época, Távola havia sido deputado estadual pelo antigo Estado da Guanabara e deputado Constituinte entre 1961 e 1962. Exilou-se no Chile, em 1964, para fugir dos militares. Em 1988, já no Brasil, o jornalista e advogado ajudou a fundar o PSDB junto com dissidentes do PMDB.

Rival

Em pelo menos um dos gabinetes da próxima legislatura, no entanto, a orientação política será diferente em relação ao período da Assembleia Constituinte. O escritório número 375, que na época pertenceu a José Genoíno (PT-SP), será ocupado a partir de fevereiro pelo também estreante Paulo César Quartiero (DEM-RR).

Líder rizicultor contra a demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Quartiero ficou preso por seis horas, em setembro de 2009, após chutar uma viatura da Polícia Federal. Era um protesto do arrozeiro, que também foi prefeito de Pacaraima (RR), contra uma visita de Lula a Roraima. Quartiero pagou multa de R$ 9,3 mil.

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