O ex-policial militar Ronnie Lessa teve sua delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A delação, baseada em uma série de depoimentos documentados em áudio e vídeo, revelou detalhes estarrecedores sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. Lessa, que cumpre pena no presídio federal de Campo Grande, relatou encontros com os mandantes do crime, revelando suas motivações e detalhes sobre a execução do plano.
De acordo com os relatos de Lessa, em um desses encontros, realizado a sós, os mandantes expressaram seu interesse em contratá-lo para assassinar Marielle. O ex-policial detalhou o local, a duração e o teor da conversa, inclusive mencionando que se despediu dos mandantes com um aperto de mãos. Poucas semanas após esse encontro, Lessa executou o atentado fatal.
Posteriormente, diante da comoção gerada pela morte de Marielle, Lessa encontrou-se novamente com os mandantes, expressando sua preocupação com as investigações. Os mandantes tranquilizaram-no, sugerindo que tinham influência sobre a investigação em curso na época. Lessa também revelou que, após descobrir que Élcio de Queiroz colaborava com a investigação, decidiu também colaborar. Ele mencionou que os mandantes fazem parte de um grupo político poderoso no Rio de Janeiro, com interesses em diversos setores do Estado.
O caso, que agora está sob a supervisão do STF devido à suspeita de envolvimento de um parlamentar do Congresso Nacional, ainda está em investigação. A homologação da delação de Lessa é um passo importante para a conclusão das diligências e para atribuir responsabilidades criminais pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Lessa, em videoconferência realizada na segunda-feira (18) com o juiz que integra a equipe de Alexandre de Moraes, confirmou os termos de seus depoimentos, sendo esse um pré-requisito para a homologação da delação premiada.
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