Walter de Souza Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro, foi preso neste sábado (14) pela Polícia Federal, em uma operação ligada ao inquérito do golpe. O militar, de 67 anos, natural de Belo Horizonte (MG), tem uma longa carreira no Exército Brasileiro e ocupa atualmente a posição de general da reserva.
CARREIRA MILITAR E PASSAGENS NO GOVERNO BOLSONARO
Braga Netto ingressou no Exército em 1975 e estudou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde, em 1977, esteve na mesma turma de Luiz Eduardo Ramos, outro ex-ministro do governo Bolsonaro, e Edson Pujol, ex-comandante do Exército. Foi promovido a general em 2009. Durante sua carreira, ele foi chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste e, em 2016, assumiu o Comando Militar do Leste, onde chefiou 50 mil militares nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Em 2018, durante o governo de Michel Temer, foi nomeado interventor da Segurança no Rio de Janeiro, com a responsabilidade de comandar as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o sistema penitenciário do estado.
PAPÉIS NO GOVERNO BOLSONARO
Em 2020, Walter Braga Netto foi nomeado ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, cargo que ocupou até 2021, quando assumiu o Ministério da Defesa. Em 2022, no entanto, Braga Netto deixou o ministério para se candidatar à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro, mas foi derrotado nas eleições presidenciais.
PRISÃO E BUSCA
Em novembro deste ano, foi indiciado pela Polícia Federal após vir a público uma investigação em que é suspeito de participação, junto com outros ex-integrantes do governo Bolsonaro, em um plano de golpe de Estado que incluiria o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Neste sábado (14), a Polícia Federal realizou buscas na residência de Braga Netto, que foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.
Ele foi apontado pela Polícia Federal como integrante de dois dos seis núcleos da organização criminosa que teria atuado para tentar um golpe de Estado. De acordo com a PF, Braga Netto faria parte do núcleo "responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado" e do núcleo de "oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos".
O primeiro grupo teria como objetivo escolher "alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas". Já o segundo núcleo teria atuado "para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado".
Com informações do g1 e O Globo