O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta quarta-feira que não vai disputar a presidência da Casa em 2011. Apesar de o PMDB estar disposto a brigar pelo cargo por ter conseguido eleger a maior bancada da Casa, Sarney disse que não vai estar entre os indicados do partido.
"Já dei a minha cota de sacrifício", disse.
O peemedebista tem mandato até 2015. Nos bastidores, seu nome vinha sendo cotado para o cargo, ao lado dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).
Garibaldi disse a interlocutores que abriria mão da vaga em prol do PMDB da Câmara --onde o seu primo, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está cotado para presidir a Casa. O PT, porém, reivindica o comando da Câmara por ter conseguido eleger a maior bancada.
Questionado se o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) seria um bom nome para presidir o Senado nos próximos dois anos, Sarney desconversou. "Isso quem resolve são os senadores."
O peemedebista retornou hoje ao Senado depois de se manter afastado da Casa por quase um mês. Sarney ficou duas semanas internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para se tratar de uma arritmia cardíaca.
No dia 12, Sarney passou por procedimento médico (ablação), que consiste em dar choques no coração do paciente por meio de um cateter. O objetivo é fazer com que o batimento cardíaco volte ao normal.
Por causa da arritmia, Sarney foi hospitalizado na véspera do primeiro turno das eleições, em São Luís, capital do Maranhão. No dia seguinte, os médicos diagnosticaram infiltração de água em seu pulmão.
Sobre sua saúde, Sarney disse que está "bem melhor". "Estou consolidando a cura e voltando ao trabalho. Pronto para encerrar o ano, se Deus quiser."
VOTAÇÕES
Sem acordo entre senadores do governo e da oposição, o Senado não realizou votações nesta quarta-feira. Não houve quorum (número mínimo de senadores) necessário para as votações em plenário.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que, como o governo não quer votar os requerimentos de convite para a ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil) e a candidata Dilma Rousseff (PT), não há clima para votações.
"Ou votamos tudo, ou não discutimos nada. E não teve quorum porque muitos senadores estão envolvidos com as eleições."
Sarney admitiu que, até o segundo turno, o Senado dificilmente conseguirá realizar votações em plenário e nas comissões.
"Eu acho que ainda estamos num período eleitoral, no segundo turno, os senadores estão todos engajados nas lutas locais. Evidentemente é compreensível a ausência deles."