O Presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta quarta-feira (5) que a Casa deverá manter a decisão da Câmara de conceder um reajuste maior para os aposentados, de 7,7%. O governo tinha proposto 6,14% e aceitava um índice de até 7%. No mesmo projeto, os deputados decidiram acabar com o fator previdenciário, método usado atualmente para calcular o valor de aposentadorias reduzindo o seu valor em muitos casos. Para Sarney, esta questão é mais controversa.
Sarney destacou que devido ao ano eleitoral ?dificilmente? o Senado estaria disposto a mexer no reajuste. ?Estamos em ano eleitoral, então dificilmente teremos o Senado modificando qualquer decisão da Câmara neste sentido. Acho que dificilmente haverá modificação no Senado porque há uma grande preocupação aqui com a questão dos aposentados, que estão no final da vida e passam por mais dificuldades?.
O presidente do Senado citou um conselho que disse ter ouvido da sua mãe sobre o tema. ?Eu não conheço os dados orçamentários do governo, mas sempre que puder dar um aumento aos vencimentos nós deveremos fazer. Lembro de um recado da minha mãe que sempre dizia para não deixar de ajudar os velhinhos?. Sarney tem 80 anos e até brincou que estava falando em ?causa própria?.
Sobre a questão do fator previdenciário, Sarney afirmou que o tema é mais complexo de ser aprovado. O presidente do Senado afirmou que a questão é ?controversa? e deve ainda ser analisado pela Casa. Os senadores, no entanto, já aprovaram um projeto que acaba com o método de cálculo das aposentadorias. A proposta aprovada no Senado, entretanto, ainda não foi votada na Câmara.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que as decisões da Casa não tem só a ver com o período eleitoral. Ele lembrou ainda que após a tramitação no Senado o presidente Lula poderá vetar algumas das alterações feitas no Congresso.