À véspera de assumir o comando do Governo do Estado, a vice-governadora Regina Sousa disse em entrevista ao Meio Norte que está tranquila, pois já vivenciou a experiência de assumir o estado em outras ocasiões e comenta que sempre existiu a possibilidade e expectativa deste momento. "Já vivenciei essa experiência, pois assumi o governo em algumas ocasiões em períodos de 15 dias, 20 dias", disse, enfatizando não ser vice que fica apenas esperando substituir o titular.
Segundo Regina, ela acompanha tudo no Governo e informa que a lei do saneamento nasceu na vice-governadora e lidera um grupo de secretários da área social que faz planejamento para que as coisas aconteçam.
"A expectativa é que dê tudo certo. É claro que dá um frio na barriga", disse, enfatizando que há o desafio de enfrentar o preconceito. "Mas faz parte, já sofri muito preconceito", disse, enfatizando que, infelizmente, há mais preconceito que ficou notório com a divulgação por meio das redes sociais. No entanto, está preparada para enfrentar qualquer atitude negativa e está preparada para os desafios.
Regina Sousa disse que no Piauí, o processo de escolha para candidato a governo foi tranquila. "Se eu quisesse ser candidata, seria. O governador e o Partido acatariam. Não houve uma disputa, mas foi uma questão pessoal", diz, garantindo não ter condições de fazer uma campanha.
Uma gestão de continuidade
Regina disse que não será um governo com proposta nova. "Fui eleita com uma proposta e ela segue, vamos terminar as obras em andamento e, claro, temos que dar ênfase em algumas coisas como priorizar o social, em algo que muda a vida das pessoas ", disse, garantindo que vai brigar como uma leoa para fazer as coisas acontecerem para o povo.
Uma das obras em andamento que está no planejamento para entrega é a Nova Maternidade de Teresina. "Queremos entregar essa maternidade, obra importante e quase pronta, e será um espaço de atendimento à mulher", disse, que a unidade de saúde vai garantir tratamento humanizado, com atendimento no pré-natal até a maternidade e lembrou ainda que este espaço foi uma das pautas do ex-deputado Assis Carvalho.
Atendimento à mulher
"A mulher vai ser recebida na nova maternidade com cuidado e humanização até o primeiro ano de vida do bebê", explica, enfatizando que as mulheres serão tratadas com cuidado.
Equipe
Sobre a nova equipe, Regina Sousa disse que são nove meses de governo e falou da tradição de manter nomes da equipe, que conhece a administração. "Entrar uma pessoa nova, ela vai demorar pelo menos um mês para conhecer a estrutura e estamos na reta final de Governo, com prestação de contas e não podemos deixar nada começado que não tenha garantia dos recursos. Prefiro que fique uma pessoa da equipe que vai se responsabilizar pelos resultados", explica, citando que, claro, tem uma ou outra mudança e citou Antonio Neto, que já foi secretário de Fazenda e Planejamento, para ocupar a Secretaria de Governo.
Ao falar do tempo em que ocupará o Governo do Piauí num momento de crise de combustível, inflação alta, Regina Sousa criticou a política de preços da Petrobras e a forma como o Governo Federal culpa os estados e relata que a alíquota do ICMS não aumentou. "Trata-se de uma questão simples de matemática, quando scobra 10% em cima de um valor de R$ 100,00, o desconto é R$ 10,00, mas quando o valor aumenta para R$ 120,00, o mesmo percentual vai para R$ 12,00", explica.
Produtos Industrializados (IPI) vai afetar os estados e municípios. "O Piauí depende 40% do Fundo de Participação dos Estados (FPE), mas há estados cuja dependência chega a 80% e tem município que depende totalmente do FPM e de algum convênio", diz, destacando que o Piauí terá R$ 340 milhões a menos de recursos, um dinheiro previsto no orçamento. "A política preço da Petrobras está errada. É uma falácia que as pessoas engoliram e não é culpa dos estados, pois o ICMS é a mesma alíquota e os governadores até congelaram o valor desde o mês de novembro e nem por isso os combustíveis deixaram de aumentar", comenta.
De acordo com a vice-governadora, a retirada do Imposto sobreAvaliação do governo
A futura governadora avalia que o Governo Wellington Dias tem uma boa avaliação. "Nosso governo fez muitas coisas, claro que não realizamos tudo que queríamos, pois existe todo um processo a seguir, nos outras gestões, eu trabalhava como secretária na Administração e era processo muito interno", afirma, declarando que no Executivo há muita coisa que impede a rapidez. "Mas temos um estado organizado financeiramente", disse, declarando que todos os estados queriam ter a performance do Piauí com relação a endividamento e evoluindo em seus principais índices de desenvolvimento.
"O que eu pretendo, em nove meses? Não vou pensar em grandes obras até porque para mim, uma grande obra é aquela que muda a vida das pessoas. Quero pontuar algumas que marque a vida das pessoas", disse, destacando que este Governo entregou muitos títulos de terra e esse processo vai ser acelerado.
Entrega de títulos de terra
Regina Sousa disse que lutou pela reforma agrária no país e disse que atualmente entrega título de propriedade de terras para herdeiros de pessoas que batalhavam pela posse da terra. "Quero terminar dezembro com os processos em andamento concluído e a terra devolvida ao seu dono", disse.
Outro projeto é a compra de alimentos e quer avançar com mais recursos. "Vamos comprar a produção dos produtores, garantindo a eles a venda de sua produção e esses alimentos ficam na cidade, são destinados as igrejas e distribuídos para os mais vulneráveis. Quero fazer algo que ajude a vida das pessoas", disse.
PT
Sobre a configuração do Partido dos Trabalhadores com a chegada dos novos filiados, Regina Sousa diz que o partido segue o mesmo e firme. No partido, tudo é discutido e todos que chegam devem obedecer o diretório e, se por acaso, pretendem ocupar algum cargo, tem que formar chapa e disputar eleição para presidir diretório.
A vice-governadora falou sobre a vinda de Geraldo Alckmin para base do PT e diz que o ex-presidente Lula é estrategista e o momento exige alianças para um projeto nacional.
Neste pleito, a vice-governadora garante que as fake news divulgadas nas redes sociais são e devem continuar sendo problema e comenta que liberdade de expressão não da direito a ofender os outros e criar mentiras. "Junto com a violência, as fake news serão os principais desafios desta eleição", disse, enfatizando que as fake news causam prejuízo à imagem. "Elas são divulgadas e vista por milhões e quando explicadas, o prejuízo já está feito".
Para Regina Sousa, o ex-presidente Lula tem razão em temer pela própria vida, pois já sofreu atentado quando percorria o Brasil em caravana.