Segundo debate entre Dilma e Aécio é marcado por 'tiroteio' e troca de acusações

No primeiro bloco, as denúncias de corrupção e de nepotismo nas gestões dos presidenciáveis deram a tônica

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Corrupção, nomeação de parentes, mentira, desrespeito, desinformação, falta de transparência, suspeitas, investigações... Sem trégua em nenhum dos blocos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) centraram fogo no adversário usando esses temas como armas em suas perguntas e respostas no debate promovido por UOL, SBT e Jovem Pan nesta quinta-feira (16).

O tiroteio deixou em segundo plano a discussão sobre temas de programas do governo das candidaturas do PT e do PSDB à Presidência da República.

No primeiro bloco, as denúncias de corrupção e de nepotismo nas gestões dos presidenciáveis deram a tônica. Aécio questionou Dilma sobre a nova denúncia divulgada sobre a Petrobras -- o TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar supostas fraudes em obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que incluem construções que estavam sendo geridas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Na resposta, Dilma acusou os tucanos de "engavetarem os escândalos". "Ao contrário do passado, a Polícia Federal não era dirigida por filiados do PSDB.

A PF investigou e vai punir implacavelmente", disse. "Onde estão os corruptos da compra de votos da reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de SP e dos trens? Todos soltos. (...) Da 'privataria tucana'?, todos soltos", respondeu Dilma. Os dois candidatos também fizeram acusações mútuas de nepotismo: Dilma acusou Aécio de ter empregado a sua irmã Andrea Neves quando era governador de Minas Gerais (2003-2010), e Aécio disse que o irmão de Dilma, Igor Rousseff, foi empregado na prefeitura de Fernando Pimentel (PT-MG) sem trabalhar. "A diferença é que minha irmã trabalhou muito e não recebeu, enquanto seu irmão recebeu e não trabalhou", disse ele.

No segundo bloco, as denúncias sobre a Petrobras voltaram à tona. Desta vez, Dilma questionou Aécio sobre a denúncia de que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra (morto no ano passado) teria recebido propina de Paulo Roberto Costa para esvaziar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Aécio disse que as denúncias devem ser investigadas independentemente do partido. "Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo, e, pela primeira vez, pelo menos, há algo positivo aqui. A senhora dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto.

" Os candidatos também debateram a questão da segurança. Aécio citou o elevado número de homicídios no Brasil. Na resposta, a presidente afirmou que as gestões petistas do governo federal foram as únicas que implantaram uma política de combate à violência.

No terceiro bloco, Dilma perguntou a opinião de Aécio sobre a lei seca -- o tucano já foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro. "Parei numa lei seca e não fiz o exame. Me desculpei e me arrependi disso", respondeu o candidato. O evento trouxe muitas perguntas que já haviam aparecido no debate da TV Bandeirantes, que ocorreu há dois dias.

Disputa voto a voto

Este é o segundo debate entre Aécio e Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. O primeiro foi realizado pela Band, na última terça-feira (14), e foi marcado pela troca de ataques entre os adversários.

O próximo será organizado pela TV Record, no próximo domingo (19). O confronto derradeiro entre os concorrentes ocorrerá no dia 24, sexta-feira, na Globo. Aécio e Dilma estão empatados tecnicamente nas intenções de voto segundo as últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope, divulgadas ontem (15). O tucano está com 51% dos votos válidos, contra 49% da petista.

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