A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira por 12 votos a 5 a adesão da Venezuela ao Mercosul, depois de muita controvérsia e resistência por parte dos senadores da oposição, contrários ao ingresso do país vizinho no bloco.
Com maioria, a base aliada do governo conseguiu assegurar a aprovação do voto em separado do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A expectativa, segundo Jucá, é que o protocolo de adesão dos venezuelanos ao bloco seja levado ao plenário do Senado na próxima semana. Para a aprovação da proposta, basta maioria simples dos presentes no plenário, o que facilita a articulação por parte da base aliada.
A votação do relatório de Jucá foi antecedida por discussão e rejeição do texto relatado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O tucano recomendou a recusa da adesão da Venezuela ao Mercosul. A base aliada do governo ganhou reforço com a presença e voto do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)- que entrou no lugar do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que havia sinalizado ser contrário à aprovação da proposta.
Para a oposição, a Venezuela não deveria ser integrada ao Mercosul porque Chávez teria imposto um regime antidemocrático no país. No entanto, os governistas defendem que a sociedade e o país não podem ser punidos em decorrência do perfil político de um governante que é transitório, uma vez que as eleições permitem a variação de autoridades no Poder. Segundo Jucá, a imprensa seria responsável por atribuir a Chávez um perfil que não corresponde à realidade.
Desde o governo do ex-presidente FernandoHenrique Cardoso, o protocolo de adesão da Venezuela tramita no Congresso Nacional. O ingresso da Venezuela no Mercosul depende ainda de aprovação do Congresso Nacional do Paraguai. Os Parlamentos do Uruguai e da Argentina já aprovaram a adesão dos venezuelanos no bloco.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que o Brasil tem um superávit comercial com a Venezuela de US$ 5 bilhões ao ano. De acordo com ele, o comércio bilateral entre os dois páises envolve aproximadamente US$ 6 bilhões por ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará nesta quinta-feira no final da tarde na Venezuela. Lula e Chávez se reunirão,inicialmente, em Caracas e depois na cidade de El Tigre, na parte oeste venezuelana. Ambos vão participar da primeira colheita de soja plantada com apoio de tecnologia brasileira.