Nesta segunda-feira (18), em uma declaração proferida no Plenário, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) classificou como "político" o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos primeiros acusados de participação nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Girão expressou sua preocupação com a primeira sentença aplicada, que resultou em uma pena de dezessete anos de reclusão para o réu Aécio Lúcio Costa Pereira, considerando-a desproporcional. O senador ressaltou que nenhum dos acusados tinha antecedentes criminais. Em sua crítica à decisão do STF, Girão insinuou que os ministros estariam agindo com a intenção de reprimir manifestações populares pacíficas.
"Vejo que não temos mais democracia no Brasil. Estamos caminhando a passos largos para uma ditadura. Quero dizer, que os dois pesos e as duas medidas, com viés ideológico nítido nesses julgamentos, ficam muito claros", comparou o senador.
Vale salientar que os terroristas do 8 de janeiro depredaram a Sede dos Três Poderes, quebraram e sujaram janelas, paredes, móveis e objetos históricos, rasgaram documentos e quadros artísticos, além de urinarem e defecarem no Salão Nobre da Suprema Corte.
Girão também alegou, sem provas, que alguns ministros do STF, que supostamente não tinham argumentos sólidos para sustentar suas posições, acabaram atacando os advogados de defesa do réu com o objetivo de desqualificá-los, devido a um erro relacionado à menção a um livro. No entanto, o senador argumentou que os ministros parecem esquecer a verdadeira questão em pauta, que é a ameaça à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.
"Esse julgamento não deveria estar acontecendo no Supremo Tribunal Federal. Está errado! A Constituição do país tem que ser obedecida. Era para estar na primeira instância. Por que essa usurpação desse Poder que manda e desmanda neste país? Por omissão nossa também, só existe esse desrespeito ao Parlamento porque o Senado ainda não deliberou sobre um pedido de impeachment de um dos ministros [do STF], porque tem aí mais de seis dezenas engavetados", avaliou o senador.
Durante os julgamentos ocorridos na última semana, um dos momentos que mais chamou a atenção foi a explanação do desembargador aposentado Sebastião Coelho, que atuou como advogado de um dos vandalistas.
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