O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) contestou nesta quarta-feira, 21, as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política externa "vira-latas" adotada por governos anteriores. Em entrevista ao Jornal do SBT, ele afirmou que a quebra de patentes da indústria farmacêutica na sua época de ministro da Saúde "foi a maior vitória diplomática dentro de um conflito que o Brasil já teve". "A questão não é assim, branca e preta", ressaltou.
Serra evitou falar sobre um eventual papel do ex-governador de Minas Gerais e pré-candidato ao Senado Aécio Neves (PSDB) na chapa tucana. "Vamos à batalha eleitoral juntos. Aécio é um homem muito bem avaliado", resumiu.
O pré-candidato também reforçou que irá manter o programa Bolsa-Família se eleito presidente. "Vamos reforçá-lo com questões de preparação. Temos que avançar, de forma que permita que um dia as pessoas tenham o seu rendimento", afirmou.
Indagado sobre o avanço da violência, Serra destacou que o governo federal "tem que entrar de corpo e alma na questão de segurança". "Tem que ter uma ação muito mais forte. Ao lado da saúde, é a questão mais importante", disse. Sobre a gestão da saúde no atual governo, o tucano também não poupou críticas: "Nos últimos anos a saúde não foi para frente como deveria."
Serra disse ainda ser contra a atual carga tributária do País. "É imposto demais e juros elevados". O pré-candidato falou em reduzir os tributos, e citou a Nota Fiscal Paulista como exemplo de ação a ser tomada no governo.
MST
Questionado sobre qual tratamento daria às invasões de terra, o tucano disse que "quem decide sobre a questão é o judiciário", mas atacou o Movimento Sem Terra (MST). "O MST hoje vive de dinheiro governamental. Acho que a reforma agrária deles é pretexto. Quero uma reforma agrária para valer, que é gente produzindo cada vez mais e com terra."