A Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) informou que deve definir nesta terça-feira (28) os rumos da greve dos servidores federais e se aceita proposta de reajuste oferecida pelo governo.
A decisão será fruto do entendimento firmado em todos os estados, que realizam assembleias nesta segunda (27), informou Sérgio Ronaldo, diretor da Condsef. Nesta terça, uma plenária marcada para as 9h deve definir a posição final.
O Condsef informou que duas conquistas importantes para os servidores foram apresentadas neste final de semana pelo governo: o aumento de R$ 69 no auxílio-alimentação, que atualmente é de R$ 304, e o aumento de 25% na contrapartida paga pelo governo nos planos de saúde.
A Condsef representa o "Carreirão", formado por funcionários com ensino médio e espalhados em vários ministérios com funções administrativas.
O governo estima em 70 mil o número de servidores em greve. Segundo os sindicatos das categorias em greve, 350 mil servidores federais paralisaram as atividades em todo o país.
Rodada de negociações
Neste domingo, terminou sem acordo mais uma rodada de reuniões entre representantes do Ministério do Planejamento e de sindicatos de servidores federais. O governo ouviu durante o final de semana 14 categorias de servidores federais, mas não houve avanço.
O governo afirma que, se os acordos não forem assinados até terça, os trabalhadores ficarão sem reajuste. Os sindicalistas disseram que vão levar a proposta às suas bases e que respondem se aceitam ou não o reajuste de 15,8%, em três parcelas até 2015, oferecido pelo ministério.
O Ministério do Planejamento informou que, até as 17h30 desta segunda, nenhum acordo havia sido assinado.
Mais cedo, o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) decidiu encerrar a paralisação. Os servidores devem voltar ao trabalho nesta terça. Segundo nota do sindicato, a decisão foi tomada após ?sinalização positiva? do ministério.
Manifestantes protestaram durante a tarde no Centro do Rio de Janeiro, onde a presidente Dilma Rousseff participava da entrega de um prêmio. "Ô Dilma, a culpa é sua, a nossa greve agora está na rua", era uma das frases ditas pelos grevistas.
Proposta
Apenas neste domingo, reuniram-se com o Planejamento representantes de seis categorias: servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), controladores de voo, analistas de infraestrutura, setor de Ciência e Tecnologia, seguridade social e do Itamaraty.
O governo afirma que não é possível avançar na proposta de reajuste e que não há mais tempo hábil para a análise de contrapropostas. É preciso incluir o aumento dos gastos com pessoal para o próximo ano no Projeto de Lei do Orçamento 2013, que tem que ser enviado ao Congresso até a próxima sexta (31).
O período entre terça e sexta seria usado para técnicos redigirem os acordos e os projetos da lei orçamentária. Segundo o ministério, as negociações após essa data podem continuar, mas só serão incluídas no Orçamento de 2014.
A maior parte dos sindicatos que representam os servidores públicos federais receberam proposta de reajuste de 15,8% a ser pago em três parcelas até 2015, com exceção dos docentes e dos técnicos-administrativos das universidades federais.
Desde março, quando começou a campanha dos servidores por reajuste salarial, o governo diz ter participado de mais de 180 reuniões com mais de 30 sindicatos.
Servidores que tiveram dias não trabalhados descontados da folha de pagamento do mês de agosto, que será paga em 1º de setembro, poderão negociar com o governo sob a condição de encerrarem a paralisação.