A pacata cidade de Santo Antônio da Platina, a 360 km de Curitiba, no Paraná, é um exemplo a ser seguido. Pressionados pela população, cerca de sete dos nove vereadores do município com 40 mil habitantes voltaram atrás em um aumento de 114% dos seus salários. Além disso, aceitaram reduzir suas remunerações a partir deo ano de 2017.
Na terça-feira (14), era aguardada a votação de um projeto de lei que previa um aumento dos próprios salários dos parlamentares, incluindo ainda os rendimentos do prefeito e do seu vice. Veja o tamanho dos aumentos previstos pela Câmara na proposta original:
Uma empresária de nome Adriana Lemes de Oliveira, durante a sessão, aproveitou para criticar os vereadores. “Vocês não têm vergonha na cara. Por que vocês não fazem a diferença mostrando para todo mundo que em Santo Antônio da Platina os vereadores rejeitaram a proposta de aumento? Olha a situação do País. Estamos em crise”, questionou.
No entanto, o vereador José Jaime de Paula, o Mineiro (PSB), por sua vez, defendeu o aumento:“Que crise? Você está em crise? Eu não estou em crise”.
Foi a sentença para que a sessão de quarta-feira (15) contam com uma multidão de pessoas. Com nariz de palhaço, perucas e apito, a população conseguiu intimidar os parlamentares.
Por oito votos a um, os vereadores impediram o aumento e aceitaram reduzir os próprios salários a partir de 2017. Com essa medida ees passarão a ganhar R$ 970, enquanto o prefeito não ganhará mais do que R$ 12 mil. O jornal Gazeta do Povo informou que outra proposta vetada foi o aumento de assentos na Câmara, que poderia subir para 13.
Os aumentos representariam uma subida dos gastos com vereadores de R$ 400 mil para R$ 1,3 bilhão.
“Não era o momento. Eu já esperava uma reação tão negativa”, afirmou o presidente da Casa, vereador Valdir Domingos de Souza (PSB).
“A partir de agora, ser vereador em Santo Antônio da Platina será uma prova de amor pela cidade”, completou.