O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta quinta-feira (1º) que vai determinar a abertura de sindicância para investigar a conduta do ministro Carlos Lupi (Trabalho). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o ministro ocupou simultaneamente, por quase cinco anos, dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos distintos, a Câmara dos Deputados, em Brasília, e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
A "acumulação remunerada de cargos públicos" é proibida pela Constituição e pode levar a ações judiciais por improbidade administrativa e peculato, com cobrança da devolução dos recursos recebidos de maneira irregular.
Entre dezembro de 2000 e novembro de 2005, ao mesmo tempo em que era assessor-fantasma da liderança do PDT na Câmara dos Deputados em Brasília, como o jornal publicou sábado, Lupi também ocupava o cargo de assessor de um vereador do seu partido na Câmara Municipal do Rio, a quase 1.200 km da capital.
Maia já havia pedido informações sobre a atuação do ministro na liderança do PDT, na Câmara, entre 2000 e 2005. Agora, no entanto, a investigação será efetivamente aberta para a análise do acúmulo dos cargos. Há a possibilidade de que o ministro tenha que devolver os valores recebidos pela Casa.