Um homem de nome Marco Antônio Santos, que apareceu caracterizado como Adolf Hitler em uma sessão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, foi impedido de falar na Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos.
Usando um paletó recheado de broches do Exército alemão, com um bigode e um penteado que lembravam o líder da Alemanha nazista e ao lado de um grupo de pessoas vestidas de preto, ele apareceu na Câmara para apoiar o projeto Escola Sem Partido, do vereador Carlos Bolsonaro (PP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
De acordo com o projeto de lei 867/2014, do vereador Carlos Bolsonaro, as disciplinas obrigatórias deverão reduzir ao máximo seus conteúdos morais e os professores não poderão, por exemplo, estimular alunos a participar de passeatas com finalidade político-partidárias.
Durante fala, Carlos Bolsonaro afirmou que existe uma 'doutrinação política e ideológica em sala de aula” no Brasil.
"(O projeto) servirá para orientar os professores de que seus alunos podem, em determinados momentos, discordar ideologicamente de seus mestres, e que não serão punidos por isto, seja defendendo A ou defendendo B. É uma conotação extremamente simples”, disse.
O sósia de Hitler chegou a se inscrever para falar, mas foi impedido pelo presidente da Câmara, Jefferson Moura (Rede). “Num parlamento democrático não há espaço para apologia ao nazismo. É inadmissível um indivíduo fantasiado de Adolf Hitler usar a tribuna do plenário para se expressar”, disse o presidente que enouteceu criticas ao projeto.
“O projeto se preocupa fundamentalmente em retirar a autonomia pedagógica. Calar e retirar do espaço da sala de aula a capacidade transformadora”, disse Moura.
Carlos Bolsonaro não falou sobre a presença do sósia do Hitler, preferindo criticar os “’esquerdopatas’ que avaliam que a educação no país tem que seguir o mesmo rumo que está seguindo atualmente”.