O julgamento sobre a validade de regras que restringem a doação de sangue por homossexuais foi adiado por tempo indeterminado após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedir vista (mais tempo para estudar o caso) nesta quinta-feira (26).
O relator do processo, Edson Fachin, e os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux já votaram para derrubar as normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbem de doar sangue homens que fizeram sexo com outro homem pelo período de 1 ano a partir do ato sexual.
Alexandre de Moraes abriu a divergência e votou diferente dos colegas. Ele propôs uma adaptação nas regras, para que o sangue seja armazenado para testes até a constatação de que não há risco de estar contaminado.
Ainda faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cármen Lúcia.
Autor da ação que contesta as normas da Anvisa, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) apontou “absurdo tratamento discriminatório” por parte do poder público. O partido diz que, na prática, as normas barram “permanentemente” gays com “mínima atividade sexual”.
No processo, a Anvisa negou que a regra exclua homossexuais e bissexuais, mas apenas exige que eles atendam ao requisito – de não ter tido relação sexual com parceiros nos últimos 12 meses.
O Ministério da Saúde também negou tratamento discriminatório, alegando que a regra é uma dentre outras restrições com objetivo de proteger o receptor do sangue doado contra doenças.
Atualmente, todas as pessoas que procuram um centro de doação passam por exames de triagem antes de serem consideradas aptas a realizar o procedimento.