O governador do estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, do Republicanos, afirmou que não planeja ser candidato a Presidente da República nas eleições de 2026. A informação foi confirmada pelos interlocutores do governador e também pela assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois estiveram reunidos depois da crise em que Tarcísio manifestou apoio à reforma tributária aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados.
No encontro com Bolsonaro, Tarcísio demonstrou incômodo com acusações de aliados da base do ex-presidente de que ele estava sendo considerado traidor. Na ocasião, o governador paulista teria dito a Bolsonaro que quando esteve ministro da Infraestrutura nunca agiu como radical e nem participou de polêmicas e, por isso, é incompreensível que alguns bolsonaristas exijam essa postura dele.
Para quem estava na reunião, a percepção é de que houve um acerto entre Bolsonaro e Tarcísio. No entanto, continua o incômodo pois ele continua sofrendo críticas da base do ex-presidente. Equipe do Palácio Bandeirantes esperava que com esta sinalização de que não seria candidato, os ataques diminuíssem. Nesta semana, o governador foi procurado por três ministros de Bolsonaro, como Ciro Nogueira, Fábio Faria e Bruno Bianco. A preocupação é de que uma divisão possa impactar na agenda de governo e, com isso, beneficiar a oposição a Tarcísio, especialmente na Assembleia Legislativa.
Nesta semana, Tarcísio de Freitas realizou várias reuniões com equipe de governo para balanço de ações da gestão, sobretudo, a relação com a Assembleia, já que o governador tem dificuldades com os parlamentares bolsonaristas que estão incomodados com o possível afastamento do governador do ex-presidente. Além do mais, o União Brasil dá pressão por mais espaço na administração.
Segundo fontes do Governo paulista, após retorno do recesso parlamentar, em agosto, será o momento do secretário Gilberto Kassab, de Governo e Relações Institucionais, mostrar serviço e tentar por equilíbrio na base e evitar que projetos prioritários que ainda serão encaminhados sejam aprovados sem sobressaltos.
Aliados do governo paulista consideram o momento difícil e defendem até uma troca de líderes do Governo na Assembleia. A proposta é formar uma coalizão entre o Republicanos, o PL, o MDB, PSB e PP para que seja replicada nas eleições de 2024, sendo que a cabeça de chapa ficaria com o candidato mais bem posicionado em cada cidade do estado.