O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira (20) que não pretende deixar o Republicanos e migrar para o Partido Liberal (PL), apesar das recentes declarações de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL.
"Estou muito bem no Republicanos e os dois partidos vão caminhar juntos nas eleições municipais no Estado de São Paulo", declarou Tarcisio de Freitas.
POSSIBILIDADE DE MUDANÇA NO FUTURO: Fontes próximas ao governador e em Brasília indicam que a mudança de partido pode ocorrer no futuro, mas não antes das eleições de outubro. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, havia sugerido em entrevista ao Estadão que a migração poderia acontecer "lá por junho", após um jantar com Tarcisio. Interlocutores do governador, no entanto, veem essa sugestão como uma pressão para atrair mais prefeitos para o PL.
CONFLITO COM O GOVERNO FEDERAL: A possibilidade de uma mudança mais rápida para o PL foi cogitada durante um embate com o governo federal sobre o financiamento da obra do túnel Santos - Guarujá. A maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o túnel, custará R$ 6 bilhões, divididos igualmente entre o governo federal e o governo estadual.
INTERVENÇÃO DE MINISTROS: O governo Lula, anteriormente, tentou financiar a obra sozinho para utilizar isso em uma eventual candidatura de Geraldo Alckmin ou Márcio França ao governo estadual em 2026, o que desagravou Tarcisio, que ameaçou romper com o Republicanos. A situação foi resolvida com a intervenção do ministro Silvio Costa Filho, com apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, mantendo a parceria entre o governo federal e o governo de São Paulo.
ESTRATÉGIA PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Tarcisio decidiu permanecer no Republicanos até as eleições municipais para não atrapalhar as articulações entre os dois partidos. Pela legislação eleitoral, os prefeitos eleitos pelo Republicanos podem mudar para o PL no futuro, se assim desejarem.