Temer critica quem afirma que impeachment de Dilma foi golpe: 'Lamento'

Temer argumentou que Dilma já havia recebido uma compensação ao ser nomeada presidente do banco dos BRICS por Lula no início do ano.

Temer defendeu as políticas que implementou durante seu mandato | Eraldo Peres/AP
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O ex-presidente Michel Temer resolveu se posicionar e manifestou críticas nesta sexta-feira em relação às ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compensar Dilma Rousseff (PT), que foi destituída do cargo de Presidente do Brasil em 2016 por meio de um processo de impeachment ocorrido há sete anos. No sábado passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) confirmou o encerramento de uma ação legal contra Dilma, relacionada ao caso das "pedaladas fiscais", o que levou membros do Partido dos Trabalhadores (PT) a pressionar por algum tipo de compensação.

Em uma entrevista à revista Veja, Temer argumentou que Dilma já havia recebido uma compensação ao ser nomeada presidente do banco dos BRICS por Lula no início do ano. Temer, que assumiu a presidência em 2016 após o impeachment de Dilma, observou que existe uma "narrativa" de que ela foi absolvida:

"Lamento, pois percebo que as pessoas não se aprofundam nos detalhes. A decisão do TRF-1 apenas seguiu uma determinação do Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu que, se alguém foi responsabilizado politicamente, não há motivo para ser julgado novamente em outro tribunal. Não houve uma análise de mérito. O que existe é uma narrativa de absolvição."

Logo depois, Temer descreveu o impeachment como um "golpe de sorte":

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"Lamento que o presidente e outros revisem a retórica e aleguem que ela não cometeu tal ato. Isso é feito para sustentar a tese de que não houve golpe, mas, na realidade, o impeachment, se foi um golpe, foi um golpe de sorte. Ele resultou em várias reformas que foram implementadas durante nosso governo. É uma narrativa política na qual o povo não acredita."

Dilma foi temporariamente afastada do cargo em maio de 2016, quando o processo de impeachment foi autorizado pela Câmara dos Deputados, e Temer assumiu a presidência. Três meses depois, em agosto, Dilma foi condenada no processo e perdeu definitivamente o cargo.

O pedido de impeachment, elaborado, entre outros, pela agora ex-deputada estadual Janaina Paschoal, alegava que Dilma havia cometido crime de responsabilidade ao usar as "pedaladas fiscais", que consistiam em atrasar pagamentos a bancos e órgãos federais como uma forma de manipular as contas públicas, criando uma melhora artificial na situação financeira.

Além disso, em sua entrevista à revista Veja, Temer defendeu as políticas que implementou durante seu mandato, que ocorreu de 2016 a 2018, incluindo a Reforma Trabalhista e o programa do novo Ensino Médio. Ele também elogiou a atuação de Fernando Haddad como Ministro da Fazenda no governo atual, bem como o projeto do novo arcabouço fiscal em tramitação no Congresso.

Temer observou que, desde o início do governo atual, houve discussões sobre a revogação da Reforma Trabalhista, mas até o momento, nenhuma medida foi tomada. Da mesma forma, no que diz respeito à reforma do Ensino Médio, as únicas mudanças discutidas são relacionadas ao aumento da carga horária de matemática e português. Temer também destacou diferenças no limite de gastos entre seu governo e o atual.

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