O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), confirmou nesta quarta-feira (7) que a líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), será a futura ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É a primeira mulher a integrar o futuro governo de Bolsonaro, que agora conta com seis ministros anunciados.
O anúncio foi feito pelo Twitter pelo presidente eleito no fim da tarde desta quarta, depois que deputados federais integrantes da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) foram ao encontro de Bolsonaro para apresentar o nome de Tereza Cristina.
A deputada é presidente da FPA (Frente Parlamentar Mista da Agropecuária), grupo que reúne mais de 200 parlamentares, entre deputados federais e senadores, e é um dos principais grupos .de pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Ao deixar a reunião, o vice-presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), disse que já havia uma combinação com Bolsonaro antes de ele ser eleito.
"Viemos aqui conversar com o presidente eleito sobre uma combinação que fizemos quando ele ainda era candidato de que teríamos a possibilidade de sugerir o nome do ministro da Agricultura para o seu governo", disse Moreira. "Depois de uma longa e profunda discussão da FPA, encontramos na pessoa da nossa presidente, Tereza Cristina, uma mulher, agrônoma, produtora rural, deputada e presidente da frente. Ela foi consenso na nossa indicação.".
Cerca de 15 deputados da bancada compareceram na tarde desta quarta ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde a equipe de transição trabalha até a posse de Bolsonaro na Presidência, marcada para 1 de janeiro de 2019. Além da indicação de Tereza Cristina, a frente apresentou três nomes para compor a equipe de transição.
Na primeira lista dos nomeados e designados com 27 nomes para a transição, não houve mulheres. A próxima lista deverá ser publicada nesta quinta (8) no Diário Oficial da União e a previsão é de que quatro mulheres sejam incorporadas à equipe.
PERFIL
Engenheira agrônoma e empresária, Tereza Cristina tem uma longa trajetória no setor agropecuário. Ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André Puccinelli (MDB).
Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país.
Antes do primeiro turno, Tereza Cristina encontrou-se com Bolsonaro no Rio de Janeiro e anunciou, àquela altura, o apoio da FPA ao então candidato à Presidência da República pelo PSL. Foi o primeiro apoio de peso que o ainda presidenciável recebeu no Congresso durante a eleição.
Tereza Cristina chegou a ser cotada para ser candidata a vice-presidente na chapa do candidato derrotado do PSDB, Geraldo Alckmin. O tucano, entretanto, preferiu optar por outra expoente da bancada ruralista, a senadora gaúcha Ana Amélia (PP).