A visita programada para o próximo dia 28 de fevereiro, do prefeito Firmino Filho (PSDB) a Washington (EUA), a convite do Banco Mundial, para proferir palestra no Fórum de Desenvolvimento Sustentável, gerou repercussão negativa na Câmara Municipal de Teresina. Os vereadores temem instabilidade política com a ausência do tucano e alegaram que Firmino deve estar na capital para discutir o fim da greve dos servidores da Saúde e Educação e ainda o novo reajuste que será votado na Casa para os professores da rede municipal.
?Esse não é o momento do prefeito viajar. Ele deve ficar em Teresina e cumprir o seu papel?, criticou Teresa Britto (PV). O vereador Gilberto Paixão (PT) lembrou que liminares que retiram famílias de vilas como Firmino Filho, Mário Covas, Parque Vitória, Jacinta Andrade e Urbano Eulálio podem ser cumpridas nos próximos dias, gerando protestos dos moradores despejados e a necessidade de uma posição da PMT. ?Nossa preocupação é que essas liminares sejam cumpridas justamente quando ele se afastar de Teresina?, frisou Paixão.
Já o vereador Antônio José Lira (DEM), diz que Firmino vai viajar de maneira ?planejada e maquiavélica?.
O vereador Ricardo Bandeira (PSDB), no entanto, defendeu o prefeito: ?Me sinto orgulhoso e honrado de ter um prefeito que tem tanta competência e vai preferir uma palestra sobre um tema importante em outro país?, disse. (Sávia Barreto)
Greve tem adesão de 90% dos servidores
Assim como a Saúde, SDUs, STRANS e outras secretarias e autarquias no município, a Educação também paralisou suas atividades na última segunda-feira (18).
O movimento grevista, comandado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), atingia a proporção de 90% dos servidores da educação, até manhã de ontem (19).
Segundo o presidente do sindicato, professor Sinésio Soares, a pauta de reivindicação inclui, dentre outras queixas, o reajuste linear das perdas salariais, cumprimento da decisão judicial sobre o horário pedagógico (sendo que o Maranhão já cumpre), auxílio transporte e a consulta ao IPMT.
A falta de estrutura para funcionar também é uma das reclamações do servidores da educação. ?Basta dar uma passada em uma das escolas e perceber a situação, muitas não têm paredes.
É claro que tem uma ou outra com condição adequada para funcionar, mas esse é um número mínimo?, coloca o presidente do sindicato ao ressaltar que desde 8 de janeiro foi enviado um ofício ao Prefeito de Teresina, Firmino Filho, e até agora não tiveram nenhuma resposta.
?Queremos apenas que o prefeito nos respeite e receba a comissão de negociação. Se ele não quer nos ver, ao menos deve nos dar uma resposta por escrito. Enquanto essa situação não se resolver, vamos continuar com o movimento.
Hoje mesmo, cerca de 50 pessoas(pedagogos, professores e agentes) vão fazer uma mobilização nos locais de paralisação alertando os servidores sobre os direitos que possuem e mostrar que a greve é legal?, acrescenta.
Semec apresenta reajuste de 7,97%
Em contrapartida, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) afirma que as escolas municipais de Teresina deram início ao período letivo no dia 18.
Com duzentos dias letivos programados, as unidades de ensino das zonas rural e urbana estão preparadas para receber quase 100 mil alunos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.
Em nota, a Semec informou que não há porque parar as atividades, já que "a maioria das escolas está pronta para receber os alunos". Em diálogo com os gestores, o professor Paulo de Tarso Vilarinho apresentou o reajuste no salário dos professores e a convocação de novos docentes, além das soluções em infraestrutura das escolas que estavam debilitadas. Recebendo o apoio dos diretores, o secretário afirmou que os problemas devem ser enfrentados e resolvidos.
Grande parte das reivindicações do sindicato já foi atendida e as demais também são pautas da Prefeitura de Teresina. Com novas propostas para 2013, o prefeito Firmino Filho encaminhou para a Câmara Municipal o projeto de lei que garante o pagamento do piso nacional para os professores do município.
O pagamento será com data retroativa a primeiro de janeiro, com reajuste correspondente a 7,97%, um impacto mensal na folha da Educação de mais de R$ 694 mil. (Aline Damasceno e Virgínia Santos)