A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira (09) que a oposição evita comparar os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso por sentir vergonha da gestão do tucano.
- Eu preciso comparar. Eu vou fazer o quê? Eu vou fingir que não participei do governo Lula porque os outros têm vergonha de ter participado do governo FHC? Não posso. É subestimar a inteligência do povo.
A afirmação foi feita pela ex-ministra em entrevista concedida por telefone, de Brasília, para a Rádio Capital, de São Paulo. Para Dilma, a atuação de Lula à frente do País faz parte do "patrimônio" do PT e de seu próprio patrimônio.
- A minha biografia se confunde com o governo Lula. Terei orgulho de contar para meu neto, que vai nascer em setembro, que fiz parte desse momento [...] Eles [oposição] têm de apresentar o patrimônio deles. Se eles têm vergonha do governo Fernando Henrique, eles têm lá seus motivos.
A ex-ministra discordou da afirmação feita ontem por Lula de que a eleição presidencial deste ano será "fácil".
- Toda eleição é difícil. Somos guerreiros. Vamos brigar até o último momento.
Para a pré-candidata, no entanto, o PT nunca esteve tão "preparado e amadurecido".
- Nosso patrimônio, tudo o que fizemos de bem para o povo brasileiro, torna nossa caminhada mais fácil.
Lula, contou Dilma, está empenhado agora em torná-la uma torcedora do Corinthians. A ex-ministra torce para o Atlético Mineiro e para o Internacional. "Sou mineira e gaúcha", justificou. "Mas o presidente é uma pessoa sedutora e com imensa capacidade de convencimento. Estou com um pezinho na torcida corintiana."
Comparação
Durante os 40 minutos de entrevista, Dilma insistiu na comparação entre as gestões petista e tucana e argumentou que isso não a impede de olhar para o futuro.
A petista classificou como "crisezinha" a turbulência econômica ocorrida durante o governo de Fernando Henrique.
- Eles pegaram uma crisezinha. Nós pegamos a maior crise depois de 1929.
Para Dilma, o Brasil superou a crise de 2009 porque tinha reservas e "não deixava mais o Fundo Monetário Internacional (FMI) mandar na nossa política interna".
Ela voltou a diferenciar o racionamento de energia ocorrido na administração de FHC com o blecaute do governo Lula e disse que o País não corre risco de ficar sem energia.
- Hoje, posso assegurar: o Brasil tem energia suficiente e de sobra para crescer. Isso deixou de ser problema quando nós começamos a planejar, gerir e fazer obra [...] Racionamento, ou seja, apagão, dura oito meses. Desligamento ou blecaute é recomposto em cerca de uma hora.