O presidente Lula criticou o projeto de lei antiaborto legal aprovado pela Câmara dos Deputados sob regime de urgência, equiparando o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio. Em entrevista ao Jornal da CBN, ele afirmou que o tema não deveria ter sido pautado e defendeu a educação sexual nas escolas para meninos e meninas. Segundo ele, estamos retrocedendo nessa discussão.
'Por que uma menina é obrigada e ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?', questionou.
'Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, sou contra o aborto. Agora, enquanto chefe de Estado, o aborto tem que ser tratado como uma questão de saúde pública, porque você não pode continuar permitindo que a 'madame' vá fazer um aborto em Paris e que a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô. Esse que é o drama que nós estamos vivendo'.
Apesar da reação da sociedade, o projeto de lei que equipara o aborto legal ao crime de homicídio está caminhando para ser arquivado no Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está encontrando dificuldades para nomear uma deputada do Centrão como relatora do texto, algo que ele vem defendendo desde o início.
No entanto, o autor do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, nega ter recuado após a pressão contra o projeto.