O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff está deixando grande parte dos brasileiros à flor da pele. Nesta sexta-feira (15), ocorreu o primeiro dia da sessão na Câmara e o debate entre deputados ocorreu até a meia-noite com mais de 16 horas de discursos que entraram madrugada adentro.
A sessão começou às 08h55 mas o movimento na Câmara dos Deputados teve início às 06h quando os parlamentares já formavam filas para se inscrever nas manifestações individuais.
O primeiro pronunciamento foi do jurista Miguel Reale Júnior, que representou os autores do pedido de afastamento da presidente. Em seguida, foi a vez do advogado-geral da União e defensor de Dilma, José Eduardo Cardozo que afirmou que a presidente não cometeu nenhum crime e que o processo é nulo.
Cardozo disse ainda que o processo teve início num “ato viciado”, fruto de uma “retaliação” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando o PT negou apoio a ele no Conselho de Ética, onde o peemedebista é alvo de investigação. Até a meia-noite desta sexta-feira, haviam se pronunciado na Câmara nove dos 25 partidos com representação na casa: PMDB, PT, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM e PRB. Ao longo do dia, as manifestações dos partidos foram intercaladas por várias falas de líderes, que podem pedir a palavra durante as sessões.
A ordem das manifestações é da legenda com maior bancada para a menor. O primeiro foi o PMDB. Apesar de ter se manifestado contra o impeachment, o líder Leonardo Picciani (RJ) afirmou que a maioria da bancada é favorável ao processo e, por isso, vai orientar o voto dos integrantes da legenda pelo afastamento de Dilma.
Parlamentares do PT defenderam a presidente repetindo o argumento de que o processo é um “golpe” e que a Constituição não prevê “recall” de presidente por baixa popularidade.