A revista "Veja" dessa semana traz sobre contratações irregulares e mordomias de senadores em Brasília. O senador Mão Santa, (PMDB/PI) é citado por contratação irregular de servidor em seu gabinete em Brasília. Veja Reportagem:
O senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, tem um servidor lotado em seu gabinete, Ariceslo Lopes, que exerce função de "coordenador de Atividade Policial" do Senado. Com direito a broche azul de "autoridade", uma relíquia que dá acesso a várias benesses, o diretor deveria cuidar, entre outras coisas, da segurança dos parlamentares. Mas ela nunca foi visto nem no gabinete de Mão Santa, onde é lotado, nem na Polícia Legislativa, onde ocupa a prestigiosa função de diretor.
Na semana passada, VEJA visitou a sala dos seguranças e perguntou pelo tal chefe. "Ari o quê?", indagou o primeiro funcionário. "Acho que ele está no Piauí", disse um segundo. O terceiro reconheceu: "Faz no mínimo dois anos que ele não aparece aqui", informou Rauf de Andrade, chefe de gabinete da polícia do Senado. Aricelso, ao que tudo indica, é um fantasma. O gabinete de Mão Santa disse que ele foi contratado para capturar um pistoleiro que ameaçava o senador.
Diretorias - O diretor caçador de bandido é bom um exemplo de como funciona a irmandade de interesses entre senadores e funcionários. Em 1995, havia no Senado sete secretarias e 30 subsecretarias, órgãos cujos titulares têm status de diretor, acumulando aos salários gratificações que variam de 3 200 a 4 800 reais. Em 14 anos, o número cresceu para 181. Para atender aos reclames financeiros dos servidores, os parlamentares autorizaram uma série de nomeações esdrúxulas, como diretores de check-in, de garagem e de clipping.