Responsável por presidir as sessões em votações de pautas do governo do presidente interino Michel Temer, o deputado Fernando Giacobo (PR-PR) tem ganhado espaço diante da lacuna no comando da Casa. Com histórico de investigação por cárcere privado e 12 vitórias na loteria, o parlamentar tenta emplacar como presidente após o Conselho de Ética decidir pela cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 5 de maio, afastar Cunha das funções públicas, deputados da base têm tentado, sem sucesso, convocar novas eleições para a presidência da Câmara.
Presidente em exercício desde o afastamento do peemedebista, o primeiro-vice, Waldir Maranhão (PP-MA) se tornou um tipo de rainha da Inglaterra do Parlamento brasileiro. Tem o título, mas não preside as sessões.
Essa postura foi acertada após o desgaste entre colegas por ter anulado a sessão em que foi aprovada a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff.
A função de presidir sessões ficou com o segundo-vice, Giacobo, que continua a ser presidente na prática até a votação da cassação de Cunha em plenário — o que deve acontecer por volta de 20 de julho. Giacobo é também um dos cotados para assumir o mandato tampão, até fevereiro, caso o peemedebista perca o mandato.
Em 1997, o deputado ganhou 12 vezes na loteria em um período de 14 dias, segundo o jornal Gazeta do Povo. Ele afirmou à reportagem que a soma seria de R$ 134 mil, resultado de bolões na loteria esportiva, e teria sido declarada no imposto de renda a época.