Enfrentando processos judiciais, como o incidente em que correu armada pelas ruas de São Paulo e os supostos crimes envolvendo o hacker Walter Delgatti, a deputada Carla Zambelli está politicamente isolada e sua intenção de concorrer ao Senado enfrenta obstáculos.
A recente declaração de Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, sugerindo a pré-candidatura de Eduardo Bolsonaro ao Senado em 2026 por São Paulo, ameaça os planos de Zambelli. Ela vinha articulando sua candidatura nos bastidores, embalada pela expressiva votação que recebeu em 2022.
"O Eduardo é um fenômeno, é o nosso futuro, porque vai ser o senador mais votado do Brasil", afirmou Valdemar em um evento do partido na última quinta-feira, 6, em Campos do Jordão (SP).
Atualmente, apenas Flávio Bolsonaro, dos cinco filhos do ex-presidente, ocupa uma cadeira no Senado. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, está em seu quarto mandato como deputado federal.
ACORDO SEM CARLA
Em 2026, cada coligação poderá lançar dois nomes para a disputa ao Senado em cada estado. Segundo informações, um acordo nos bastidores prevê que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) indicará o segundo candidato.
No momento, a preferência de Tarcísio para essa segunda vaga é o atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Isso pode dificultar as chances de Zambelli de garantir sua candidatura ao Senado pelo partido do ex-presidente Bolsonaro.
DEPUTADA FOI A SEGUNDA MAIS VOTADA
Em 2022, Zambelli foi a segunda mais votada em São Paulo, com mais de 946 mil votos, enquanto Eduardo Bolsonaro foi o terceiro, com pouco mais de 741 mil votos. Ambos ficaram atrás de Guilherme Boulos (PSOL), que obteve mais de 1 milhão de votos.