A audiência pública realizada na manhã de ontem na Câmara de Vereadores de Teresina levantou novamente a polêmica em torno da instalação da Suzano, fábrica de papel e celulose no Piauí. ?Se a empresa resolver instalar-se no Estado sem subsídios legais, a qualquer preço, estaremos dispostos a entrar com uma ação legal para impedir isso?, enfatiza a veadora Tereza Brito (PV).
Foi decidido entre os vereadores que será criada uma comissão para realizar uma nova audiência pública em fevereiro do próximo ano. A comissão tem o objetivo de acompanhar todo o processo de implantação da fábrica e deverá cobrar ações do Ministério Público Federal. Ambientalistas, representantes de Organizações Não-governamentais e de órgãos como Ibama, e as Secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente também foram convidados para o debate.
A vereadora questionou a ausência do representante da Suzano, que não compareceu à audiência. ?Não é estranho não ter ido ninguém? Parece que eles têm algo a esconder?, pontuou, destacando que já foram encaminhados três relatórios da companhia para o MP e foram constatadas deficiências em relação à legislação ambiental. A fábrica tem previsão de instalação no Estado em 2012 e produzirá a matéria-prima do papel, a celulose, para a exportação.
Apesar de já ter sido realizada uma audiência semelhante para tratar do tema na Assembléia Legislativa do Piauí há cerca de seis meses, a parlamentar argumenta que Teresina faz parte dos 38 municípios que estão inseridos no projeto da Suzano e não pode ficar de fora da discussão. ?Não devemos deixar que questões financeiras influenciem esse assunto. O homem do campo tem que ser ouvido. Até o momento o EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) não foi feito, temos que aprofundar discussões sobre os impactos dessa fábrica no Piauí?, justifica. (S.B.)