O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou no sábado (10), em evento realizado em Recife (PE), que pretende leiloar um conjunto de joias, supostamente de sua propriedade, para doar o valor arrecadado à Santa Casa de Juiz de Fora. Apesar de não especificar a origem dos objetos mencionados, a declaração ocorre em meio a investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de entrada ilegal no Brasil de joias doadas pela Arábia Saudita, bem como supostas tentativas fraudulentas de reavê-las.
anel, colar, relógio e brincos de diamante
O caso das joias veio à tona após a apreensão de um estojo contendo anel, colar, relógio e brincos de diamante, trazidos ao Brasil em 2021 pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O material foi retido pela Receita Federal em São Paulo e entregue à PF, que agora investiga se houve enriquecimento ilícito por parte de Bolsonaro. A situação ganhou novos contornos com o relatório da PF que indicou a movimentação de R$ 6,8 milhões pelo ex-presidente, decorrente da venda de bens não declarados.
relógio de R$ 80 mil de lula
A fala de Bolsonaro ocorre poucos dias após o Tribunal de Contas da União (TCU) liberar o presidente Lula para incorporar ao seu acervo pessoal um relógio Piaget, avaliado em R$ 80 mil, recebido em 2005 como presente do então presidente francês Jacques Chirac. O caso foi analisado pelo ministro Antonio Anastasia, que rejeitou um pedido de investigação feito pelo deputado federal Sanderson (PL-RS), o que trouxe à tona discussões sobre a destinação de presentes recebidos por chefes de Estado.
A investigação em curso contra Bolsonaro e o recente parecer do TCU destacam a complexidade e a delicadeza envolvendo o manejo de bens de alto valor recebidos em função do cargo público. A PF segue apurando se houve "enriquecimento inadmissível" por parte do ex-presidente, conforme apontado no relatório, enquanto o leilão anunciado das joias pode ser interpretado como uma tentativa de amenizar a pressão sobre o político em meio a esse cenário de acusações.
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