O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma afirmação incoerente em um comício na terça-feira (23), ao alegar, sem provas, que as eleições no Brasil não são auditadas. Essa declaração vai contra a realidade, já que o sistema eleitoral brasileiro é amplamente auditável em todas as suas etapas, desde a preparação das urnas até a divulgação dos resultados.
discurso que inferioriza Brasil e Estados Unidos
Durante seu discurso, Maduro também questionou o sistema eleitoral dos Estados Unidos e da Colômbia, elogiando o sistema venezuelano como "o melhor do mundo". "Temos 16 auditorias [...]. Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nenhum registro", afirmou. Maduro disse ainda que a oposição na Venezuela "terá que aceitar" a derrota nas próximas eleições.
eleições sob desconfiança internacional
Ao contrário do que Maduro afirma, a Venezuela realiza eleições sob desconfiança internacional. No início do ano, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista, impediu a candidatura da opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro. Outra oposicionista, Corina Yoris, também foi impedida de concorrer. A oposição relata dificuldades para credenciar fiscais para a eleição presidencial que ocorrerá no próximo domingo.
indireta a lula
Maduro, no poder há 11 anos, busca mais seis anos de mandato nas próximas eleições. No último pleito, em 2018, diversos organismos internacionais, como a OEA e a União Europeia, não reconheceram os resultados como legítimos. Durante uma entrevista coletiva recente, o presidente Lula (PT) comentou uma declaração de Maduro sobre um possível "banho de sangue" se ele perdesse as eleições, afirmando que "quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição".
Em resposta indireta a Lula, Maduro afirmou que prevê a maior vitória eleitoral de sua história e sugeriu que aqueles que se assustaram com suas declarações "tomem um chá de camomila". O Itamaraty preferiu não comentar a provocação, mas diplomatas brasileiros avaliam que a atitude de Maduro demonstra sinais de fraqueza, especialmente às vésperas de uma eleição marcada por desconfianças.
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