'Vítima de fake news', diz Thammy Miranda arrependido de assinar CPI contra padre Júlio

O vereador do PL elogiou o trabalho de Júlio Lancellotti e expressou a expectativa de contar com seu apoio na recuperação humanitária da região

Thammy Miranda e padre Júlio Lancellotti | Reprodução/O Globo
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Na quinta-feira (4), o vereador de São Paulo, Thammy Miranda (PL-SP), justificou sua assinatura no pedido de abertura da CPI das ONGs na Câmara paulistana. A comissão, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), tem como foco a atuação filantrópica do padre Júlio Lancellotti, da Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Cracolândia, região central da capital.

Em entrevista, Thammy Miranda alegou que o nome do religioso não estava mencionado no requerimento e afirmou que não teria assinado caso soubesse que o trabalho do padre seria alvo de investigação.

"Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, se tivesse, jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador está fazendo campanha política em cima", declarou Thammy.

O vereador elogiou o trabalho de Júlio Lancellotti e expressou a expectativa de contar com seu apoio na recuperação humanitária da região. "Acredito que 90% dos vereadores que assinaram não são contra o padre, assinaram com a intenção de proteger os usuários e as pessoas que moram em torno. Nossa intenção é proteger e inclusive com a ajuda do padre", afirmou.

Após tomar conhecimento de que a CPI terá como alvo Júlio Lancellotti, Thammy Miranda anunciou que fará um requerimento para retirar seu apoio à comissão. O vereador, que faz parte da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB), negou ser um parlamentar conservador, enfatizando seu compromisso com a assistência às pessoas.

Engajamento nas redes

Nas redes sociais, o nome de Thammy Miranda se tornou um dos assuntos mais comentados, com acusações de traição ao padre. A situação ganhou destaque, principalmente devido ao histórico de apoio que Júlio Lancellotti demonstrou ao vereador em agosto de 2020, quando enfrentou críticas transfóbicas.

A CPI das ONGs, proposta por Rubinho Nunes, tem como principais alvos duas entidades que realizam trabalho comunitário destinado à população de rua e dependentes químicos na região da Cracolândia: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e o coletivo Craco Resiste. Nunes acusa o religioso de fazer parcerias com essas entidades, alegando que a atuação delas não vai além da distribuição de alimentos.

Em resposta, Padre Júlio Lancellotti negou qualquer relação com as entidades em questão e esclareceu que sua atividade é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, sem vinculação às atividades objeto da CPI.

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