A estratégia do governo na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro é programar o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid para a reta final. A intenção é adiar a nova participação do ex-ajudante de ordens do Jair Bolsonaro (PL) na comissão para um momento posterior, a fim de evitar impactos nas negociações de sua delação com a Polícia Federal.
A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez uma solicitação para a realização de uma acareação entre Mauro Cid e Bolsonaro. Além disso, a CPI aprovou a reconvocação do militar. Durante sua oitiva na CPI em 11 de julho, o tenente-coronel Mauro Cid optou por permanecer em silêncio.
Em 9 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), homologou o acordo de delação premiada do tenente-coronel.
Há ainda a chance de Cid ficar em silêncio, como em sua 1ª participação. Mas a ideia dos governistas é dar mais tempo para Cid falar à PF (Polícia Federal) e, talvez, dividir detalhes com a CPI, já que a comissão não pode pedir acesso à delação enquanto ainda são realizadas diligências.
Governistas esperam a marcação de mais uma reunião deliberativa para a aprovar outros requerimentos. Além do pedido de acareação da relatora, congressistas aliados do governo Lula também querem pautar o pedido de quebra de sigilo de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Uma nova reunião deliberativa depende da negociação com o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), que tem dito que só irá marcar uma votação se houver acordo sobre a pauta. Ele defende o equilíbrio na aprovação dos requerimentos para que também sejam incluídos os pedidos da oposição.